A China não falhou com a sua promessa e apresentou queixa à OMC… será que as repercussões vão ficar por aqui?
As tarifas provisórias de importação aos elétricos “made in China” continuam a dar que falar. Cerca de um mês depois de estas terem entrado em vigor, o país asiático lançou formalmente uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a decisão da União Europeia (UE).
De acordo com o ministério chinês do comércio, a caso foi entregue dia 9 de agosto ao sistema de resolução de litígios da OMC, com o objetivo de salvaguardar os direitos e interesses de desenvolvimento da indústria de automóveis elétricos.
Segundo um porta-voz: “O julgamento na conclusão provisória da UE carece de fundamento factual e legal. Violou gravemente as regras da OMC e prejudicou a cooperação global no combate às alterações climáticas.”
© Smart Não são apenas as marcas chinesas as afetadas. Mesmo as marcas europeias que produzam elétricos na China, como este Smart #3, são penalizados pelas tarifas de importação.“Nós apelamos à UE que corrija imediatamente os seus erros, e, que em conjunto, salvaguarde a cooperação comercial entre a China e a Europa, bem como a estabilidade da cadeia de fornecimento dos 100% elétricos.”
Porta-voz do ministério chinês do comércioMais ameaças
As relações comerciais entre a China e a Europa têm estado muito tensas nos últimos meses. Na altura em que as tarifas provisórias de importação adicionais foram anunciadas, a China já tinha ameaçado com a intenção de apresentar uma queixa à OMC e, como se constata agora, não era bluff.
As ameaças não se ficaram pela queixa à OMC. A China está a ponderar penalizar as exportações da UE no setor alimentar. Fique a saber mais sobre as possíveis medidas que a China pode tomar:
Mais recentemente, em julho, também alguns fabricantes automóveis europeus mostraram-se divididos sobre a implementação oficial destas tarifas provisórias, que poderão passar a definitivas (durante um período mínimo de cinco anos) no próximo mês de novembro.
Para que isso aconteça, na votação final terá de haver uma maioria qualificada de 15 países membros — que representem 65% da população da UE.
No entanto, foi efetuada o mês passado uma votação secreta entre os 27 Estados-membros, sem força legal obrigatória, para averiguar para que lado pende a balança. Apenas 12 votaram a favor, quatro votaram contra e os restantes 11 abstiveram-se.
Fonte: Bloomberg