Teoria e prática do Jejum

3 dias atrás 33

qual é a pior coisa que me pode acontecer se jejuar em exagero? Entrar em estado de coma? Então aí, como o próprio nome indica, como.

BOCHUM – Sou adepto do jejum. Mantém-me alerta e não faz crescer a pança. Não se deixem enganar – também gosto muito de comer e de comer bem. Mas uma boa refeição é motivo para procrastinar e  não fazer nada a seguir. O fluxo sanguíneo corre de cima para baixo, enredilha-se-me no estômago e provoca-me uma sonolência e uma preguiça inaceitáveis para quem, nesta altura, tem mais é que trabalhar todos os dias e o mais possível. Assim, tal como há ano e meio no Qatar, dedico-me a jejuns frequentes como nos tempos de antanho. E claro que, antes dos avanços da medicina, as religiões proclamavam os benefícios dos jejuns para obrigarem os crentes a terem momento de pausa na ingestão de alimentos que se reduziam muito basicamente ao redor de carne e mais carne. Limpavam-lhes as entranhas com patranhas, por assim dizer. Hoje já se discute abertamente o benefício do jejum e eu jejuo à bruta quando tenho de trabalhar à bruta. É como se a cabeça estivesse sempre fresquinha. E, depois das peças estarem escritas e enviadas para Lisboa, dou-me ao luxo de jantar uma cerveja ou duas, às vezes mesmo três. Hoje vou jejuar até tarde, custos de me ter levantado mais tarde. Mas antevejo o meu jejum não como a falta de uma refeição mas como a refeição em si. Ou seja, como nada. E o nada sabe-me bem porque me sinto bem. Calculo que a teoria não seja bem aceite por todos. Mas aqui o que está em causa, para mim, é a prática. Aliás, qual é a pior coisa que me pode acontecer se jejuar em exagero? Entrar em estado de coma? Então aí, como o próprio nome indica, como.

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