Terroristas atacam e queimam infraestruturas em Cabo Delgado

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O grupo armado que tem aterrorizado a província moçambicana de Cabo Delgado voltou a atacar e destruir infraestruturas no distrito de Chiúre, avançou à Lusa fonte oficial.

O ataque começou por volta das 17h00 (15h00 de Lisboa) de segunda-feira e prolongou-se até quase meia-noite. O alvo foi a sede do posto administrativo de Mazeze, no interior do distrito de Chiúre, onde os rebeldes atearam fogo no hospital, secretaria do posto administrativo e a residência da chefe do posto administrativo, avançou o administrador distrital de Chiúre.

"As infra-estruturas estão basicamente destruídas", disse Oliveira Amimo.

Além de queimar infraestruturas públicas, prosseguiu a fonte, os rebeldes destruíram a capela pertencente a igreja católica.

"A parte de infraestruturas privadas, a capela dos padres, também foi destruída e neste momento o inimigo continua nas matas" acrescentou.

As incursões rebeldes em Chiúre começaram em princípios de fevereiro  nas comunidades de Nacoja B e Nacussa, esta última a cinco quilómetros da sede do posto administrativo de Mazeze, onde os grupos destruíram  também igreja católica e residências dos populares.

"Depois de terem estado algumas horas na aldeia de Somas, em Mecúfi, foram se afixar em Nacoja B, onde incendiaram capelas da religião católica e as capelas ardentes. Também destruíram algumas residências dos populares. Depois de Nacoja B, foram marchando até aldeia de Nacussa, a cinco quilómetros de Mazeze", avançou a fonte.

"Infelizmente as nossas infraestruturas foram destruídas e não estamos a funcionar", lamentou do administrador , avançando que as autoridades estão a fazer um levantamento dos danos nos locais afetados.

"Estamos a trabalhar a nível das aldeias, com as lideranças das aldeias, com os régulos. Não podemos adiantar números neste momento, estamos a trabalhar na base para podermos aferir", concluiu Oliveira Amimo, que pede "serenidade" às populações locais.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados com o grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos do gás.

Após um período da relativa estabilidade, nas últimas semanas, novos ataques e movimentações, foram registados em Cabo Delgado, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação   esteja ligada a perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afectados.

 O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

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