Testámos o Kia Sportage mais caro de todos que dá para ligar à tomada

6 meses atrás 79

Pode ser o mais caro de todos, mas o Kia Sportage híbrido plug-in (PHEV) traz trunfos que ajudam a equilibrar as contas. Altura de pô-lo à prova.

Kia Sportage 1.6 T-GDi PHEV

7.5/10

O Kia Sportage híbrido plug-in (PHEV) é o mais caro e potente dos Sportage, mas é também o que promete ser mais económico.

Prós

Eficácia do sistema híbridoEquipamento de sérieEspaço disponível no habitáculoNível de conforto elevado

Contras

Apple CarPlay ou Android Auto apenas com caboAusência de opcionais mais específicosConforto no lugar traseiro central

Depois de termos testado o Kia Sportage mais barato de todos — a gasolina e caixa manual —, chega o momento de viajarmos até ao outro extremo da gama em termos de preço.

A gama do SUV sul-coreano é uma das mais amplas em matérias de motorizações — parece haver uma para quase todos os gostos —, incluíndo a gasolina, híbridas e híbridas plug-in.

Face à opção mais barata — a gasolina e caixa manual, que já testámos —, o Kia Sportage mais caro de todos destaca-se por ser híbrido plug-in (pode-se ligar à tomada) e declarar até 70 km de autonomia elétrica, mas também por incluir um sistema de tração integral e um nível de equipamento mais recheado.

Visualmente, não existem quaisquer diferenças face às outras versões, tirando a designação PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) na tampa da bagageira e uma outra tampa, de acesso à tomada de carregamento do sistema, do lado direito da carroçaria.

A diferença entre os níveis de equipamento (Drive e Tech) é identificada pela presença das jantes de liga leve com 19” de diâmetro e pelos elementos em negro, que são agora pintados em preto brilhante em vez de ficarem apenas com o tom do plástico.

Fora isso, e sem contar com a cor da carroçaria, os dois Kia Sportage que passaram pela Razão Automóvel são precisamente iguais um ao outro.

Visual mais sofisticado

Ao contrário do que acontece com o exterior, encontramos mais diferenças no habitáculo deste Kia Sportage face ao mais acessível. O painel de instrumentos, por exemplo, é também totalmente digital, mas tem um visual muito mais sofisticado e parecido com o que conhecemos no Kia EV6.

Sendo híbrido plug-in e estando associado a uma caixa automática, faz com que a consola central seja distinta e acomode um comando rotativo específico, que é idêntico ao do Kia EV6. Um pouco mais abaixo deste está também o seletor dos modos de condução.

© André Mendes / Razão Automóvel

Com o nível de equipamento Tech da unidade ensaiada, a chave também já pode ficar no bolso e as regulações dos assentos dianteiros são feitas com comando elétrico. E para os dias mais frios, tanto os assentos como o volante são aquecidos.

De resto, este Kia Sportage mantém os trunfos reconhecidos do modelo, como o amplo espaço no habitáculo, tanto nos lugares da frente como nos traseiros, além de um nível de conforto elevado e uma qualidade de acabamentos que não desilude.

A única desvantagem está mesmo no facto de o sistema híbrido roubar algum espaço à bagageira, uma vez que a bateria está instalada debaixo do piso. Ainda assim, continuam a estar disponíveis 540 litros de capacidade, que já é um valor generoso, capaz de satisfazer a maioria das necessidades familiares.

Um pouco mais de tudo

Tal como esperado, as maiores diferenças desta versão face à base, testada antes, são mais sentidas durante a condução, começando pelo motor. Debaixo do capô mantém-se o 1.6 T-GDi a gasolina, mas numa versão com 180 cv de potência (+30 cv do que no Sportage só a gasolina).

Além deste, está também presente um motor elétrico, que contribui com 91 cv. A combinação das duas motorizações resultam em 265 cv e 350 Nm de binário, fazendo do Sportage PHEV o mais potente de todos.

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São valores muito interessantes para um SUV destas dimensões, mesmo com um peso quase a tocar nas duas toneladas. Além disso, o Sportage mais barato conta apenas com duas rodas motrizes, mas neste Sportage temos tração integral.

Em modo (pouco) elétrico

Para alimentar a parte elétrica do sistema híbrido está presente uma bateria de 13,8 kWh, que permite à Kia anunciar uma autonomia máxima em modo elétrico de 70 km (ciclo combinado). Contudo, o início deste ensaio começou com uma autonomia elétrica de zero quilómetros e em plena hora de ponta.

Ainda assim, o arranque foi efetuado em perfeito silêncio e sem acordar o motor de combustão durante as manobras iniciais. E nas velocidades mais reduzidas, descidas em desaceleração ou nos momentos de paragem, foram raros os momentos em que este se ligou.

Painel de instrumentos digital© André Mendes / Razão Automóvel

Em contrapartida, em ambiente urbano e com trânsito mais intenso, a ausência do modo 100% elétrico fez com que os consumos registados não fossem os mais agradáveis, chegando mesmo a superar os nove litros. Claro que, assim que entrámos em estrada, os valores começaram imediatamente a descer.

Sem carga na bateria e num percurso que envolveu cidade, estrada e autoestrada, o Kia Sportage PHEV registou uma média ligeiramente acima da fasquia dos sete litros.

Com a bateria carregada

Precisei de algumas horas de ter o Kia Sportage PHEV ligado à tomada para carregar a bateria até aos 100%, para usufruir do verdadeiro trunfo deste híbrido plug-in: circular em modo 100% elétrico.

É neste modo que o SUV da marca sul-coreana nos parece querer mostrar que «detesta» pedir ajuda ao motor térmico.

Em modo 100% elétrico, o Kia Sportage consegue acompanhar o «ritmo» dos outros automóveis sem qualquer dificuldade. É algo que acontece tanto em cidade como em autoestrada, mas que, como esperado, ganha uma dimensão ainda maior em ambiente urbano.

© André Mendes / Razão Automóvel

Com algum cuidado no doseamento do acelerador, é possível efetuar uma deslocação convencional entre casa e trabalho, por exemplo, sem usar o motor térmico, o que se traduz numa considerável poupança. Sem grande cuidado, no entanto, e com o motor térmico a ser despertado em diversas situações, a média registada não chegou sequer aos cinco litros.

Em termos de autonomia, os 70 km declarados pela Kia são bastante otimistas e requerem cenários ideais de condução. Ainda assim, não é difícil superar a fasquia dos 50 km, antes de ter de carregar novamente a bateria.

Se este processo — carregar frequentemente a bateria — ainda colocar limitações à sua utilização, então, a versão híbrida plug-in não faz grande sentido, sendo melhor optar pela híbrida convencional (HEV), que não precisa de ligar à tomada. O potencial de poupança não é tão grande, mas ainda assim o consumo de combustível será inferior ao da versão só a gasolina.

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Sem grandes hipóteses de escolha

A aquisição de um novo automóvel é o momento em que temos a oportunidade de colocar o modelo que vamos conduzir durante mais tempo ao nosso gosto.

No caso do Kia Sportage PHEV, além da escolha da cor para a carroçaria, não há mais opcionais. Poderiam existir mais hipóteses de escolha em versões de equipamento ou mesmo nos opcionais, tal como acontece em outros mercados.

Por exemplo, no caso da versão PHEV, como ficaria o Kia Sportage com o visual mais desportivo da versão GT Line, em vez do Tech, que é o único existente no configurador? No caso de sermos mais exigentes, por que não ter a possibilidade de adicionar um teto panorâmico em vidro ou um sistema de som melhor, mesmo que isso implicasse um custo extra?

Veredito

Kia Sportage 1.6 T-GDi PHEV

7.5/10

Todos os trunfos do Kia Sportage no que diz respeito ao conforto e ao espaço disponível a bordo mantêm-se inalterados nesta versão híbrida plug-in. Só que aqui é possível poupar ainda mais combustível, usando o modo 100% elétrico. A grande desvantagem está no preço, que fica bastante acima das versões que não incluem um sistema híbrido.

Prós

Eficácia do sistema híbridoEquipamento de sérieEspaço disponível no habitáculoNível de conforto elevado

Contras

Apple CarPlay ou Android Auto apenas com caboAusência de opcionais mais específicosConforto no lugar traseiro central

Especificações técnicas

Versão base:48.815€

IUC: 148€

Classificação Euro NCAP: 5/5

49.315€

Preço unidade ensaiada

Arquitectura: 4 cilindros em linha + motor elétrico Capacidade: 1598 cm³ Posição: Dianteira, transversal Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (16 válv.) Potência:
Motor de combustão: 180 cv às 5500 rpm
Motor elétrico: 91 cv
Potência máxima combinada: 265 cv às 5500 rpm
Binário:
Motor de combustão: 265 Nm entre as 1500-4500 rpm
Motor elétrico: 304 Nm
Binário máximo combinado: 350 Nm entre as 1500-4500 rpm
Tracção: Integral Caixa de velocidades:  Automática de seis relações
Largura: 4515 mm Comprimento: 1865 mm Altura: 1650 mm Distância entre os eixos: 2680 mm Bagageira: 540 litros Jantes / Pneus: 235/50 R19 Peso: 1905 kg
Média de consumo: 1,1 l/100 km Emissões CO2: 25 g/km Velocidade máxima: 191 km/h Aceleração máxima: >8,2 s

Tem:

Abertura e fecho elétrica da porta da bagageiraAirbags frontais, laterais, central dianteiro e de cortinaAr condicionado automático com regulação independenteAssentos dianteiros com regulação elétrica e aquecimentoBarras longitudinais no tejadilhoCâmara traseira de auxílio ao estacionamentoCarregador sem fios para smartphonesDBC (Downhill Brake Control)FCA (Forward Collision-Avoidance Assist) com função de cruzamentoFecho de segurança para criançasLigações USB à frente e atrásPainel de instrumentos Supervision com ecrã de 12,3″Retrovisores exteriores aquecidos com comando elétrico e rebatimentoSensores de estacionamento dianteiros e traseirosSistema de chave inteligente com botão StartSistema de iluminação ambienteSistema de iluminação em LEDSistema de navegação com ecrã tátil de 12,3″Smart Cruise Control com sistema Stop&GoVolante aquecido

Pintura metalizada: 500 €

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