Tiroteio em Praga. Ministro não cancelou (e até voltou) a festa de Natal

O ministro dos Trabalho e dos Assuntos Sociais da República Checa, Marian Jurečka, enfrentou alguma pressão da oposição para sair do governo, esta semana, depois de ter vindo a público que esteve numa festa de Natal enquanto ocorria um tiroteio numa faculdade de Praga, que acabou por matar 14 pessoas.

De acordo com as publicações checas, o responsável pela pasta manterá o cargo, mas a situação esteve ‘tremida’. Sob pressão da oposição, Jurečka ainda ponderou abdicar, mas foi retido pelo partido, União Cristã e Democrata – Partido Popular da República Checa (KDU-ČSL).

"Por respeito ao trabalho que tem vindo a ser feito por Marian Jurečka, o comité nacional da KDU-ČSL não vai propor nenhuma mudança no governo ou na liderança do governo", referiu o vice-presidente do partido Jan Bartošek, na terça-feira.

Segundo a imprensa checa, o ministério explicou primeiramente que a festa já estava planeada há meses e que tinha terminado com uma reunião. "Até lá, tentei prestar atenção aos funcionários, para quem preparámos o encontro. Não tinha informação detalhada naquela altura", terá referido, admitindo que poderia ter avaliado melhor a situação mais cedo. "Se tivesse toda a informação [sobre o tiroteio] mais cedo, teríamos cancelado o evento", terá defendido.

— Czechia Elects (@CzechiaElects) January 7, 2024

Segundo explicou, no dia recebeu uma mensagem a dar conta de que uma reunião aconteceria mais tarde, às 21 horas. Recorde-se que o tiroteio aconteceu pouco depois das 15 horas locais. "O meu erro foi não ter acabado com a festa de Natal de imediato. As 400 pessoas que lá estavam começaram a separar-se", admitiu.

O ministro terá então saído da festa de Natal, e depois regressado por volta das 22h30 ao ministério, onde esta se realizava, como faria normalmente. "Fiz o que precisava no escritório e desci até ao átrio onde cerca de um terço das pessoas continuava. Fiquei lá com eles", explicou. A imprensa checa adianta que o encontro terá durado até cerca da meia-noite.

O ministro pediu depois desculpa por não ter colocado um ‘travão’ na festa mais cedo. "Peço desculpa pela forma como procedi, por não ter terminado o evento na altura certa e pela má comunicação. Peço desculpa e estou chateado por não ter avaliado a situação da devida maneira", notou.

O tiroteio em questão fez 14 mortos, para além do atirador. Houve ainda cerca de 25 pessoas que ficaram feridas. 

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