Títulos de dívida pública valorizaram 7,9 mil milhões em 2023

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O banco central revela ainda o stock total de títulos de dívida emitidos por administrações públicas. Em dezembro, o valor total nominal de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 170,5 mil milhões de euros, menos 4,4% do que no final do ano anterior.

Em 2023, os títulos de dívida pública valorizaram-se 7,9 mil milhões de euros, evolução que contrasta com a desvalorização de 35,4 mil milhões de euros ocorrida em 2022.

Os dados são do Banco de Portugal (BdP), que avança ainda que no final de 2023, o valor total de títulos emitidos por entidades residentes era de 473,5 mil milhões de euros, mais 18,7 mil milhões de euros do que no final do ano anterior. Em 2022, o stock de títulos emitidos por entidades residentes tinha decrescido 36,2 mil milhões de euros.

A justificar estas variações está, por um lado, a valorização dos títulos de dívida pública, de 7,9 mil milhões de euros; a valorização das ações cotadas, de 2,2 mil milhões de euros (o que compara com 2,4 mil milhões de euros em 2022); as emissões de ações terem superado as amortizações, em 9,5 mil milhões de euros (quando no ano anterior tinham superado em 4,8 mil milhões); o facto de as emissões de títulos de dívida de empresas não financeiras terem superado as amortizações, em 3,0 mil milhões de euros (1,0 mil milhões de euros em 2022); e as emissões de títulos de dívida de sector financeiro terem superado as amortizações, em 2,6 mil milhões de euros (em 2022, as amortizações tinham superado as emissões em 2,4 mil milhões de euros).

Em sentido contrário, a evolução leva em conta o facto de as amortizações de títulos de dívida de administrações públicas terem superado as emissões, em 9,9 mil milhões de euros (1,2 mil milhões de euros em 2022). A diferença entre as amortizações e as emissões de títulos de dívida de administrações públicas foi a mais alta registada desde 2011, ano em que foi acordado o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) entre as autoridades portuguesas, a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), destaca o banco central.

As emissões de títulos (ações e obrigações) deduzidas de amortizações atingiu os 5,2 mil milhões de euros no ano passado.

Amortizações calendarizadas de títulos de dívida

No que se refere às amortizações calendarizadas de títulos de dívida, o Banco de Portugal diz que no final do ano, 12,8% do montante dos títulos de dívida vivos tinha amortização calendarizada para os 12 meses seguintes.

No final de dezembro, estavam previstas, para os 12 meses seguintes, amortizações de 35,1 mil milhões de euros, o que corresponde a 12,8% dos 275,2 mil milhões de euros de títulos de dívida vivos naquela data.

Em detalhe estão calendarizadas amortizações de títulos das administrações públicas, em fevereiro e em outubro de 2024, de 6,0 e 2,9 mil milhões de euros, respetivamente. Mas também de títulos do sector financeiro, entre outubro e dezembro de 2024, de 6,8 mil milhões de euros; e de títulos das empresas não financeiras, em janeiro de 2024, de 4,6 mil milhões de euros.

“Nas empresas não financeiras, as amortizações previstas correspondiam, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo. É, por isso, uma situação normal registar-se, sistematicamente, um valor elevado de amortizações calendarizadas para os 30 dias após o fim do mês”, ressalva o Banco de Portugal.

O banco central revela ainda o stock total de títulos de dívida emitidos por administrações públicas. Em dezembro, o valor total nominal de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 170,5 mil milhões de euros, menos 4,4% do que no final do ano anterior. No final de 2023, encontravam-se na carteira de não residentes menos de 30% dos títulos emitidos pelo sector das administrações públicas.

O peso do investimento do sector não residente nestes títulos de dívida diminuiu, e situou-se abaixo dos 30% (29,8%) pela primeira vez desde o início da série (em 2010), revela o BdP. Em contrapartida, aumentou o peso do investimento das administrações públicas em títulos emitidos pelo próprio sector, de 8,7% no final de 2022 para 13,8% no final de 2023, acrescenta.

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