TPI abre inquérito por crimes contra jornalistas no conflito na Faixa de Gaza

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O gabinete do procurador do TPI, com sede em Haia, confirmou à agência France-Presse esta informação avançada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que anunciou em novembro ter documentado o TPI sobre crimes de guerra cometidos contra jornalistas nos territórios palestinianos e em Israel.

"A RSF apurou que o procurador do TPI incluiu crimes contra jornalistas na sua investigação sobre a Palestina", saudou a organização num comunicado de imprensa na segunda-feira.

"Os crimes contra jornalistas estão a ser investigados pelo gabinete do procurador, entre outros crimes potenciais, como parte da investigação em curso sobre a situação na Palestina, e os objetivos e ações da RSF devem ser apoiados e ter a devida consideração, disse o gabinete do procurador do TPI.

"Os jornalistas são protegidos pelo direito internacional humanitário e pelo Estatuto de Roma [texto fundador do TPI] e não devem, em circunstância alguma, ser alvos no exercício da sua importante missão", continuou.

Pelo menos 79 jornalistas e profissionais da comunicação social, a grande maioria palestinianos, foram mortos desde o início da guerra entre Israel e movimento islamita palestiniano Hamas, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas.

A ONU disse na segunda-feira estar "muito preocupada" com este "número elevado".

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação aos ataques de 07 de outubro, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 23 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população da Faixa de Gaza), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado numa grave crise humanitária.

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