Trabalho temporário diminui 6,6% no terceiro trimestre face a período homólogo

10 meses atrás 68

Segundo o Barómetro do Trabalho Temporário, divulgado esta quarta-feira, o Índice TT, que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,96 em julho, 0,92 em agosto e 0,93 em setembro.

Entre julho e setembro verificou-se um decréscimo nas colocações de trabalho temporário, face ao mesmo período de 2022, com diminuição de menos 1.599 pessoas em julho (-4,4%); 2.818 pessoas em agosto (-8,2%) e 2.740 pessoas em setembro (-7,3%), revela o Barómetro do Trabalho Temporário, realizado pela APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – com o ISCTE-IU, divulgado esta quarta-feira, 20 de dezembro.

No total, a diminuição no número de colocações no terceiro trimestre de 2023 face ao trimestre homólogo de 2022 foi de -6,6% (107.976 em 2022 versus 100.819 em 2023). Apesar do crescimento de +0,3% em relação a 2021 (100.488 colocações) e de +27,8% e  relação a 2020 (78.905 colocações), os valores estão ainda -14% abaixo das colocações do 3º trimestre de 2019 (116.766 colocações).

Segundo o Barómetro, o Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,96 em julho, 0,92 em agosto e 0,93 em setembro. Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.

O documento mostra uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em julho (43%) e agosto (42,7%), em relação a 44,4% em setembro. Mostra também que entre 25% a 27% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos. O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (56% a 58% no 3º trimestre do ano), com as colocações de ensino secundário (entre 35% a 37%) a ocupar o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações.

As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar no terceiro trimestre de 2023 (cerca de 12% a 13%). Já as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário no mês de setembro, representando cerca de 7%. Por outro lado, as empresas de “Atividades auxiliares dos transportes” alcançam o segundo lugar no mês de julho e agosto (cerca de 8% a 9%).

Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 25% e 30%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (entre 18% e 20%). Em terceiro lugar, estão os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (entre 8% e 9%).

“Apesar da recuperação considerável das colocações do terceiro trimestre em relação a 2020, além da estabilização em comparação com 2021, ainda há um desafio de recuperação em relação ao pré-pandemia, mas também em relação ao ano passado. Ao longo de 2023, verificamos um decréscimo de colocações face ao ano anterior. Isto demonstra, mais uma vez, como a atual imprevisibilidade económica, política e social que se vive em Portugal e no resto da Europa influenciam a contração da atividade no sector”, explica Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH.

Ler artigo completo