Três mortos após ataques russos em Kharkiv. Kyiv pede sistemas Patriot

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Tal levou Kyiv a pedir aos aliados ocidentais mais sistemas modernos de defesa antiaérea Patriot.

Em Kharkiv, que tinha quase um milhão e meio de habitantes antes da guerra, um míssil russo fez pelo menos um morto e 16 feridos, quatro dos quais crianças, ao atingir edifícios residenciais, segundo as autoridades locais.

"Segundo os dados preliminares, o inimigo atingiu hoje Kharkiv com um míssil teleguiado de grande calibre pela primeira vez", escreveu o governador da região, Oleg Synegubov, na plataforma digital Telegram.

Quatro pessoas tinham já ficado feridas em bombardeamentos noturnos e um ataque com 'drones' (aparelhos não-tripulados) na mesma região, tinha antes anunciado Synegubov.

Mais duas pessoas foram hoje mortas em ataques noutros pontos da Ucrânia.

O governador da região de Kherson, no sul do país, indicou que uma mulher de 61 anos morreu na sua casa, durante um ataque de 'drones' à aldeia de Mykhailivka, situada numa das margens do Dniepr, o rio que delimita a linha da frente naquela zona.

E outra pessoa foi morta por um disparo de artilharia em Nikopol, uma localidade do sudeste, lamentou o governador da região de Dnipropetrovsk, Serguii Lyssak.

Além disso, mais oito civis ficaram feridos em Mykolaiv, uma grande cidade do sul da Ucrânia, num ataque com mísseis balísticos, segundo o presidente da câmara, Oleksandre Sienkevitch.

A coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, condenou hoje "veementemente os ataques em cidades povoadas, que matam e ferem civis, incluindo crianças pequenas", defendendo que estas "têm de ser protegidas".

"Estou chocada e consternada com as horríveis notícias de que civis foram mortos e feridos, incluindo crianças pequenas, quando bombardeamentos das Forças Armadas russas atingiram casas e um hospital em Kharkiv e Mykolaiv", declarou a responsável, citada num comunicado do Departamento da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

"Isto surge após uma semana de ataques diários a cidades de toda a Ucrânia, que vitimaram pessoas e afetaram gravemente serviços vitais", referiu Denise Brown, sublinhando que "o Direito Internacional Humanitário tem de ser respeitado".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de armamento e munições, apesar das promessas de ajuda dos aliados ocidentais, tendo os últimos meses sido marcados por bombardeamentos russos em grande escala a cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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