Os ataques não provocaram grandes estragos nem vítimas, mas mostram aos russos que já nem Moscovo está fora do alcance da vingança ucraniana face à invasão.
As defesas aéreas russas abateram 11 drones ucranianos lançados contra Moscovo, a capital da federação. Foi “um dos maiores” ataques desse tipo contra a capital, disseram autoridades russas na quarta-feira. Os 11 drones destruídos e “lançados sobre Moscovo e a sua região circundante”, disse o Ministério da Defesa, não provocaram danos mas deram mostras, mais uma vez, de que a vingança ucraniana pela invasão de fevereiro de 2022 pode chegar ao coração da Rússia.
“Esta é uma das maiores tentativas de atacar Moscovo com drones”, acrescentou o governador de Moscovo, Sergei Sobyanin.
Sobyanin, num post nas redes sociais, afirmava que nenhum dano ou vítima foi relatado.
Entretanto, as forças russas assumiram o controlo da província de Zhelanne, no distrito de Pokrovsk, na região leste de Donetsk, disse o Ministério da Defesa da Rússia esta quarta-feira.
Mais a leste, o vice-chefe do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, disse que a incursão da Ucrânia na região russa de Kursk significa que não haverá negociações entre Moscovo e Kiev até que a Ucrânia seja completamente derrotada. Moscovo já tinha identificado a incursão sobre Kursk como uma forma de melhorar a posição ucraniana numas eventuais futuras negociações, mas não quer cair naquilo que considera ser uma armadilha.
Apesar de não haver vítimas nem estragos, as incursões ucranianas no interior da Rússia estão a minar a sensação de segurança que, apesar da invasão, haveria na Rússia. Ao mostrarem que podem chegar ao coração da Rússia, a sua capital, os ucranianos estão a acabar com essa segurança.
Entretanto, as forças russas estão cientes de onde as tropas ucranianas podem tentar realizar um ataque na área de Kursk, disse o major-general Apty Alaudinov, vice-chefe do Departamento Político-Militar Principal das Forças Armadas russas e comandante da unidade de comando das forças especiais Akhmat, citado pela agência TASS “Pelo que posso ver, eles estão a reagrupar-se porque perceberam que não podem avançar de onde estão. Acho que vão realizar um ataque em outra área muito em breve para poderem seguir em frente a partir daí”, disse. “Há duas áreas em que acreditamos que um ataque é possível”, acrescentou Alaudinov.
Enquanto isso não sucede, a mesma fonte diz que as forças armadas ucranianas atacaram 11 regiões na região de Belgorod, usando 40 veículos aéreos não tripulados (UAVs) no dia anterior, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov. Segundo adiantou, um camião com reboque foi incendiado devido aos ataques. Uma casa particular, duas dependências, seis carros, duas instalações comerciais, um local social, um prédio administrativo e uma linha de fornecimento de energia também foram danificados.
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