«Entreguem-lhe a Bola de Ouro, por favor. Ele é o melhor do mundo.»
A frase acima foi proferida por Luis De La Fuente, selecionador de uma Espanha campeã da Europa, na conferência de imprensa que se seguiu à final ganha frente a Inglaterra (2-1).
Referia-se a Rodri Hernández, que minutos antes tinha sido eleito pela UEFA o melhor jogador do Euro 2024. Nem sempre foi o destaque mais evidente da roja, mas a sua importância mereceu elogios internos e externos. Um pouco à semelhança do que vem acontecendo nas últimas temporadas ao serviço do Manchester City City, o médio é visto como o membro mais influente numa equipa de sucesso.
Mas será realmente possível que um ´6´ acabe como vencedor do maior prémio individual do futebol?
Candidatura começou no clube
Esta não é a primeira vez que Rodri se candidata à conquista desse conceituado galardão. Já em 2023 foi um dos nomes mais referidos na discussão pelo mesmo, depois de se assumir como figura dos cityzens e até marcar o golo que selou a tríplice coroa, na final da Liga dos Campeões (1-0)! No fim, o vencedor acabou por ser Messi e o espanhol ficou em quinto lugar, atrás de dois colegas mais atacantes: De Bruyne (4º) e Haaland (2º).
É herói em Manchester @Getty /
Nunca seria fácil. Afinal, a última vez que o melhor do mundo não foi um jogador de ataque foi no distante ano de 2006, quando Fabio Cannavaro protagonizou uma campanha de topo por Juventus e Itália. Isso num mundo pré-Ronaldo e Messi.
Mesmo sabendo da sua importância para o Manchester City em posições mais recuadas, Rodri sabia que tinha de fazer crescer os números ofensivos. Foi assim que em 2023/24 chegou aos nove golos e 13 assistências em 50 jogos - recorde pessoal em ambas as categorias. Are you not entertained?
Há também uma estatística bastante esclarecedora da importância deste jogador para o tetracampeão inglês. O Man City perdeu apenas três jogos na última edição da Premier League (2-1 com o Wolves, 1-0 com o Arsenal e 1-0 com o Aston Villa), precisamente os três jogos que Rodri perdeu por suspensão!
Esse é o tipo de forma que o coloca na discussão, mesmo que nunca seja um dos nomes mais fortes na mesma. Alguns colegas da seleção espanhola, incluindo os capitães, acreditam que parte do problema é a falta de marketing e presença online do médio. Esse foi tema na festa de domingo passado, com Morata a dizer que «temos de lhe criar uma conta de instagram para ele ganhar um prémio individual», enquanto Carvajal fazia convites públicos para que o médio rumasse a Madrid.
Rodri vai entrar na discussão pelo prémio @Getty /
«É capaz de agarrar a equipa nas alturas difíceis»
Para compensar o fracasso na Liga dos Campeões, esse que deixa nomes como Jude Bellingham e Vini Júnior à frente na corrida pela Bola de Ouro, Rodri levantou o troféu do Euro 2024 como melhor jogador da prova. Quem o treinou na cantera do Villarreal, acredita que distinção foi justa...
Carreira arrancou no submarino amarillo @Getty / David Ramos
«Concordo plenamente com a UEFA. Ele mostrou sempre que era o melhor, jogo após jogo, através da liderança da equipa. Para o estilo de Espanha é muito importante ter um jogador como ele, pois permite-nos atacar e defender sempre com organização e isso significa que podemos dominar jogos», disse Manu Torres, em declarações ao zerozero.
Manu Torres, que hoje trabalha em Vizela como adjunto de Rubén de la Barrera, admite o orgulho de ter treinado esse jogador, mesmo que diga que esse sentimento se alastra para todos os jovens jogadores que já ajudou. Os elogios estendem-se a partir daí.
«Como jogador, é alguém com muita personalidade, capaz de agarrar a equipa nas alturas mais difíceis. Fora do campo é alguém educado, também sempre estudou muito. Já na altura era muito diferenciado no que toca ao entendimento do jogo. A equipa tinha jogadores muito bons, mas ele já se destacava muito dos jogadores da idade dele», começou por dizer ao nosso jornal.
«Nesse momento já se notava que estávamos perante um jogador com potencial para ser profissional. O resto é difícil de adivinhar, pois no futebol há muitos fatores influenciadores. Certo é que ele soube compreender tudo e crescer todos os dias para ser um dos melhores da sua posição.»
Sobre a temática deste artigo, o técnico vizelense não teve dúvidas: «Acho que ele merece, mas também acho que este tipo de prémio é influenciado por outras coisas e ele não tem muitas dessas coisas externas. Oxalá que este seja o ano em que o prémio se baseia em mérito desportivo e que ele ganhe. Ficaria muito feliz por ele.»
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