Um horizonte complexo e mais exigente

3 meses atrás 88

Os próximos anos devem trazer uma maior “sofisticação” nos ataques informáticos. Os ciberataques devem continuar a crescer, reforçando a necessidade das organizações adotarem estratégias de defesa.

A tendência de crescimento dos ciberataques deve manter-se nos próximos anos. No entanto, mais do que se assistir a um aumento desses ataques, é a sua sofisticação que deve evoluir, gerando a necessidade de respostas adequadas. O horizonte da cibersegurança será assim marcado por uma maior complexidade e exigência.

“Os ataques já estão num nível muito elevado” nesta altura, reconhece Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e presidente do INESC. “Provavelmente vamos assistir a um maior nível de sofisticação, especialmente em termos da engenharia social. Há uma série de ataques baseados em engenharia social. Conseguir passwords de pessoas, ou conseguir que as pessoas metam um código, ou façam uma chamada, mandem uma mensagem. Acho que a tendência é para aumentar”, prevê. Mais difícil é antecipar o “nível de ataques maciços contra organizações”, declara ao Jornal Económico. “A sensação que tenho é que tem havido um aumento mais ou menos crescente, progressivo, desse nível de ataques, mas não estamos a assistir a uma explosão dos ciberataques, e não creio que a inteligência artificial vá gerar uma explosão. Agora que é uma atividade com crescimento mais ou menos constante e sustentado, isso é inegável”.

Face a esse previsível aumento dos ciberataques, as empresas e entidades terão de reforçar a cibersegurança. “É fundamental as empresas adotarem estratégias. Essas estratégias têm de passar pela identificação da própria empresa de quais é que são os valores fundamentais, porque podem não ser sempre os mesmos para todas as empresas. Para uma empresa pode ser a informação dos seus clientes, outra empresa pode querer proteger informação sua, interna, sobre o seu produto e o seu serviço, segredos de negócio. Fundamental é que a empresa identifique o que quer proteger, e depois compreender quais são as medidas adequadas, quer de organização interna, quer tecnológica, para salvaguardar a proteção dessa informação”, ressalva Paulo Lacão. “No final do dia, estamos a falar da ascensão da informação como um bem jurídico fundamental na economia do século XXI. Por informação incluo um bocadinho de tudo, seja informação pessoal, ou de negócio. A cibersegurança é a proteção de todo o sistema de informação. Mas é fundamental as empresas entenderem onde está o valor acrescentado que precisam de proteger e depois conseguirem estabelecer mecanismos internos”, destaca o consultor sénior na Melo Alves e especialista em cibersegurança.

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