Um pesado pintado de azul

3 meses atrás 42

Céu e inferno. Sonho e pesadelo. O futebol é o momento e a distância que separa uma grande conquista de uma derrota marcante é bastante curta. E a Seleção de Sub-17 que o diga...

Num torneio no qual a equipa orientada por João Santos vinha deixando boas indicações, a verdade é que tudo se desmoronou na partida decisiva. Frente a Itália, mais do que a derrota- já por si pesada (3-0)-, o que ficou efetivamente na retina foi a incapacidade lusa face à congênere transalpina. 

Ainda que o valor das individualidades portuguesas seja inegável- com Rodrigo Mora à cabeça-, a diferença coletiva em relação à  squadra azurra foi demasiado evidente e a derrota de Portugal foi uma consequência natural face ao que se assistiu em Chipre nesta quarta-feira.

Um arranque para esquecer

Quantas vezes ouviu dizer que se deve aprender com os erros, caro leitor? Pois bem, tendo o jogo das meias-finais como comparação, os jovens portugueses- numa imagem de marca dos adolescentes- 'ignoraram' esse conselho e tiveram uma primeira parte tão má como aquela que tinham feito contra a Sérvia. 

Com Edgar Mota como única novidade em relação ao último jogo (Duarte Soares ficou no banco), Portugal entrou praticamente a perder. Aos sete minutos, e já depois de Mosconi e Camarda terem rematado ao lado da baliza de Diogo Ferreira, Coletta aproveitou da melhor forma um cruzamento de Cama e cabeceou para o fundo das redes lusas. Importa notar que a jogada do primeiro tento transalpino começou com um passe errado do central Rafael Mota, num cenário que pode ser descrito como o primeiro tiro nos pés da linha defensiva portuguesa neste encontro.

Montada num 4-4-2 losango, a formação italiana pareceu sempre confortável e foi com naturalidade que dobrou a vantagem. Com nova assistência de Cama, aniversariante que inverteu a lógica e decidiu oferecer 'presentes' aos seus colegas, Camarda avançou com confiança pela esquerda e, perante a passividade de Rui Silva e Edgar Mota, bateu um desamparado Diogo Ferreira.

 De forma natural, Portugal passou a ter mais bola, mas sem conseguir criar reais situações de perigo. O habitual 4-3-3 português pareceu pouco oleado, as estrelas Rodrigo Mora e Geovany Quenda estiveram longe do seu melhor nível e Itália manteve-se tranquila.

Até ao intervalo, destaque apenas para dois lances de Eduardo Fernandes (recarga por cima após uma primeira tentativa de Quenda e defesa de Pessina) e para um de Rodrigo Mora, que não conseguiu fazer melhor do que atirar de cabeça ao lado.

Sem capacidade para reagir

Ainda que a espetacular reviravolta que Portugal operou frente à Sérvia ainda estivesse presente no imaginário de muitos adeptos portugueses, a verdade é que a equipa de João Santos esteve longe de conseguir criar real mossa a Itália na final desta quarta-feira.

Quando se esperava que o conjunto das Quinas entrasse com tudo na etapa complementar para conseguir equilibrar o marcador, os transalpinos aproveitaram novo erro da linha defensiva portuguesa para voltarem a festejar. Num lance em que tanto Rafael Mota como Rui Silva foram surpreendidos com bolas nas costas, Camarda, coqueluche do AC Milan, bisou no encontro e deitou por terra as ténues esperanças que Portugal ainda poderia ter.

O selecionador português ainda tentou mexer e lançou, por exemplo, elementos desequilibradores como Cardoso Varela. Ainda assim, tal revelou-se insuficiente e Portugal viu mesmo confirmada a derrota no jogo decisivo.

Com este resultado, Itália conquista o seu primeiro título de campeã da Europa de Sub-17.

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