Uma anarquia anunciada

9 meses atrás 72

Uma TV invadida e os funcionários feitos reféns, atentados à bomba, polícias sequestrados, a população aterrorizada com a fuga das cadeias de líderes de gangs rivais no narcotráfico e o Exército na rua incapaz de travar tudo isto. O Equador mergulhou na anarquia, mas a falência de um Estado que já foi dos menos violentos da América do Sul não aconteceu de um dia para o outro. No início da pandemia, os cartéis colombianos e mexicanos começaram a corromper o depauperado sistema prisional, nomeadamente em Guayaquil, a segunda cidade do país, que alberga o principal porto e o mais bem conectado aeroporto. Num ápice, os líderes dos gangs foram libertados e a luta pelo controlo deste importante entreposto para o narcotráfico atirou o Equador para uma perigosa anarquia que está a preocupar os vizinhos. Era previsível que este barril de pólvora pudesse explodir a qualquer momento. O Equador era um país tranquilo – e por isso atraía muitos turistas, para além das Galápagos – porque o Governo investiu a sério na Polícia Nacional até que a pandemia ditou uma inversão nas políticas públicas, com óbvio castigo da segurança. Repor a ordem pública e impedir a transformação do Equador num narcoestado é o desafio do recém-eleito Presidente, Daniel Noboa, um neoliberal que tem agora em jogo o seu futuro político.

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