UMinho e parque da Peneda-Gerês em projeto europeu para revitalizar comunidades de montanha

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Cultur-Monts, junta 10 entidades de Portugal, Espanha e França para criar oportunidades de desenvolvimento e combater o despovoamento. No nosso país, o projeto, que representa um investimento de 1,7 milhões de euros, vai incidir no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Segunda reunião do consórcio arranca amanhã, 2 de junho, em Babia, Espanha.

Um consórcio de instituições académicas e municípios de Portugal, Espanha e França estão envolvidas num projeto que pretende valorizar a paisagem e o património cultural de comunidades de montanha do sudoeste europeu, com o objetivo de combater o despovoamento e criar oportunidades de desenvolvimento.

O projeto designa-se Cultur-Monts, junta 10 entidades dos três países e representa um investimento de 1,7 milhões de euros, dos quais 75% comparticipados pelo programa Interreg SUDOE até 2027. Em Portugal, vai incidir no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

 “Queremos converter elementos da paisagem e do património em recursos culturais que valorizem ofícios e formas tradicionais de viver e, por outro lado, que melhorem a qualidade de vida dos habitantes, reforcem a coesão territorial e diversifiquem serviços e opções de emprego, fomentando também a autoestima dos cidadãos e a capacidade de órgãos públicos na atração de visitantes e na captação e fixação de jovens naqueles territórios”, resume a pivô do projeto na Universidade do Minho, Helena Paula Carvalho.

 A rede viária romana (Geira), o deslocamento sazonal de gado ou o ciclo do pão são alguns aspetos a explorar com comunidades locais do Parque Natural da Peneda-Gerês, aliando a transferência de conhecimento e a inovação social. O projeto envolve ainda outros níveis, como o desenvolvimento económico, as políticas das autarquias e a ligação a escolas e aos seus conteúdos programáticos, salienta a professora do Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da UMinho e também investigadora do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT/IN2PAST).

A equipa de Helena Paula Carvalho do Lab2PT inclui também os arqueólogos Rebeca Blanco-Rotea e Jorge Ribeiro, o historiador Francisco Mendes e o especialista de sistemas e tecnologias de informação Paulo Bernardes, também ligado à Unidade de Arqueologia da UMinho.

 Cultur-Monts tem como áreas-piloto de intervenção a Peneda-Gerês, o Maciço Central (Auvérnia, França), os Pirenéus (Rippolès/Cerdanha, Espanha) e a Cordilheira Cantábrica (Babia e Belmonte, Espanha). Em Portugal, conta com a parceria dos municípios de Terras de Bouro e Arcos de Valdevez, da Adere Peneda-Gerês, da CIM Alto Minho e da Gerês Viver Turismo. Nos outros países, participam o Instituto Catalão de Arqueologia Clássica (ICAC), líder do consórcio, as universidades de Oviedo e de Clermont Auvergne, o Instituto de Ciências do Património (INCIPT-CSIC), a Reserva da Biosfera de Babia, o Instituto de Auvergne-Rhône-Alpes e diversos municípios. 

O Parque Natural da Peneda-Gerês acolheu o primeiro encontro do consórcio. As reuniões realizaram-se no Museu da Geira, em Campo do Gerês, e no Posto de Turismo de Arcos de Valdevez. As visitas técnicas privilegiaram a Geira romana, em Terras de Bouro (Mata de Albergaria), que conserva a maior concentração de miliários do mundo romano, e os vestígios de três pontes, vem como as paisagens cultural de Sistelo e fortificada de Extremo, na qual se destaca o forte de Bragandelo, em Arcos de Valdevez.

 A próxima reunião do consórcio terá lugar de 2 a 5 de junho, em Babia.

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