V6 a hidrogénio. Alpine tem solução para salvar a competição

3 horas atrás 25

Apesar de estar empenhada no desenvolvimento de modelos elétricos, a Alpine ainda não colocou de parte o «bom velho» motor de combustão.

Alpine_Alpenglow_HY6

© Guilherme Costa / Razão Automóvel

Motor V6 biturbo alimentado a hidrogénio. É assim que a Alpine olha para o futuro da competição, ao apresentar a versão mais avançada do protótipo Alpenglow, no Salão Automóvel de Paris 2024.

A primeira vez que ouvimos falar deste protótipo foi em 2022, sendo que nas 24 Horas de Le Mans de 2024, foi demonstrado na sua configuração original — Alpenglow Hy4, com um motor de quatro cilindros com 2,0 l de capacidade e 340 cv.

Agora, na sua mais recente evolução, passou a chamar-se Alpenglow Hy6 e a razão torna-se óbvia: trocou o quatro cilindros por um V6 biturbo com 3,5 l de capacidade. A potência mais que duplicou, anunciando 740 cv, o que dá mais de 210 cv/l.

Mas os números impressionantes não se esgotam aqui. O V6 do Alpine Alpenglow Hy6 é capaz de atingir as 9000 rpm e disponibiliza um binário máximo de 770 Nm às 5000 rpm.

O binário é enviado em exclusivo às duas rodas traseiras através de uma caixa sequencial de seis velocidades, que permite que este protótipo acelere até aos 330 km/h.

Evolução constante

Além da mecânica, o Alpenglow também evoluiu do ponto de vista estético, sempre em prol da eficiência aerodinâmica.

A maior alteração aconteceu na traseira, com a Alpine a optar por uma cobertura transparente para o motor, para que o «coração» do Hy6 esteja à vista de todos. A «barbatana» traseira também foi redesenhada, deixando este modelo com uma aparência ainda mais aproximada aos protótipos de resistência.

Com uma carroçaria integralmente em fibra de carbono, porque todos os quilos contam, o Alpenglow Hy6 continua a surgir pintado no tom de azul Specular Blue. Equipa também um conjunto de jantes exclusivas, cujo desenho se prolonga até aos pneus, que foram especialmente desenvolvidos pela Michelin.

Projetar o futuro

Mais do que um protótipo impactante, o Alpenglow tem como missão ser uma espécie de manifesto do que está por vir. Por um lado aponta o caminho em termos estéticos para os próximos Alpine e serve de laboratório para testar soluções que podem vir a ser usadas nos futuros modelos de competição da fabricante de Dieppe.

Até porque convém não esquecer que o Automobile Club de l’Ouest (ACO), criador e organizador das 24 Horas de Le Mans, já confirmou a chegada de uma nova categoria de hidrogénio à prova em 2028. E a Alpine (a par da Toyota) será umas das fabricantes presentes.

Por se tratar de uma solução que, na teoria (recorrendo a hidrogénio verde), permite zero emissões de carbono (com exceção das emissões residuais da queima do óleo do motor), esta pode muito bem ser uma tecnologia chave no futuro dos desportos motorizados.

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