Vasco Fernandes recorda maldades de Denílson: «Não faças isso senão não volto à equipa principal»

2 meses atrás 81

O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

A primeira aventura de Vasco Fernandes no estrangeiro foi ao serviço do Bordeaux, clube ao qual chegou com apenas 18 anos. Se, na altura, o agora jogador do Chaves era um miúdo a dar os primeiros passos no mundo do futebol, a verdade é que Denílson, também contratado em 2005, era já uma figura consagrada a nível mundial. Dos tempos em que ambos se cruzaram em França, Vasco Fernandes guarda apenas boas recordações.

«O choque daquele ano foi a chegada do Denílson, já que ele tinha sido a transferência mais cara de sempre do futebol mundial quando foi para o Betis. Quando ele chegou ao Bordeaux aquilo foi uma coisa surreal, parou a cidade. Na academia havia dias em que eles abriam o treino aos adeptos e, quando ele chegou, recordo-me que aquilo encheu, estavam ali 2/3 mil pessoas à volta do campo», começou por contar o internacional jovem por Portugal. 

Esse treino, de resto, ficou bem marcado na memória de Vasco Fernandes: «Recordo-me que o mister, para dar espetáculo, fez meeinhos, uma posse de bola e depois fez uma peladinha assim em meio campo. Eu tive azar... ou sorte: 18 aninhos, meteu-me a lateral direito e meteu o Denílson a extremo esquerdo. No primeiro lance da peladinha, o defesa-esquerdo passou-lhe a bola e eu fui atrás dele a marcá-lo. Ele aproximou-se, só que foi tão rápido em direção à bola que, quando chegou, abriu as pernas e a bola passou no meio das pernas dele e das minhas. Ele contornou-me, fez o cruzamento e o ponta-de-lança, que era o Chamakh, meteu-a lá dentro de cabeça. Aquilo veio abaixo, foi a loucura. No segundo lance- recordo-me como se fosse hoje- ele recebeu e eu pensei 'Não me vou aproximar para ele não me enganar outra vez'. Ele recebeu, percebeu que eu recuei e começou a pedalar- uma, duas, três, quatro, cinco...- quando eu meto o pé para a direita, ele vai para a esquerda, cruza e 'saco' outra vez...»

Perante este cenário, o então inexperiente Vasco Fernandes não teve outra opção a não ser render-se. «Na terceira eu cheguei ao pé dele e disse-lhe "Deni, desculpa lá. Eu sou miúdo, sou português e acabei de chegar a Bordéus. Por favor não me faças mais isso senão não venho treinar mais à equipa principal". E ele "Tranquilo, muleque. Fica tranquilo". E foi assim a minha experiência com ele: rebentou comigo nas duas primeiras vezes, foi brutal», rematou o central.

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