Vendas da Hermès crescem 11,3% no terceiro trimestre

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Apesar das incertezas económicas atuais, o grupo de luxo mantém as previsões de crescimento para o total do ano, ofuscando as rivais do mesmo segmento.

O luxo, afinal, ainda está vivo. A Hermès, mítica fabricante da mala Birkin, viu as vendas crescerem acentuadamente entre julho de setembro, na ordem dos 11,3%. Nestes três meses, a empresa de luxo de origem francesa viu as vendas gerarem receitas de 3,7 mil milhões de euros.

O grupo relembra que o seu lucro subiu até aos 2,37 mil milhões de euros na primeira metade do ano, esperando continuar esse caminho nos últimos seis meses. Além disso, possuía 23.242 empregados em todos os mercados onde opera.

O grupo apresentou ainda receitas consolidadas de 11,2 mil milhões de euros no período acumulado até setembro de 2024, um aumento de 13,8% quando em comparação com o mesmo período de 2023.

Isto significa que a Hermès se continua a destacar das rivais de luxo. Isto é, além de destacar por colocar os clientes em lista de espera por causa dos seus produtos, mantém uma distância dos seus rivais que atuam no segmento de luxo, uma vez que estes estão a perder terreno por conta da desaceleração das vendas na China.

Apesar das incertezas económicas atuais, o grupo de luxo mantém as previsões de crescimento para o total do ano.

Por conta destes resultados, a Hermès pode vir a ser vista como o Santo Graal do luxo. Luca Solca, analista da Bernstein, disse à “Reuters” que “vemos na Hermès a melhor oportunidade atualmente para proteger o portefólio de uma segunda metade de 2024 muito difícil”. Solca lembrou que, com exceção do segmento dos relógios, todas as divisões apresentaram um crescimento maior que o esperado pelo mercado.

Em comunicado, o chairman da Hermès, Alex Dumas, agradeceu a “todos os trabalhadores por uma performance robusta no terceiro trimestre, e aos nossos clientes pela sua lealdade.

“Num contexto económico e geopolítico mais complexo, o grupo continua o seu desenvolvimento com confiança, graças ao modelo artesanal altamente integrado, à rede de distribuição equilibrada, à criatividade das coleções e à fidelidade dos clientes”, lê-se no comunicado.

“O grupo confirma uma meta ambiciosa de crescimento da receita”, adianta a Hermès, adiantando estar à procura de desenvolver a sua estratégia a longo prazo.

Como estão os mercados da Hermès?

As dificuldades na China parecem ter afetado ligeiramente também a empresa, mas a Ásia apresentou resultados fortes. Nota o grupo que os resultados na Ásia foram suportados por “vendas sólidas” na Coreia, Singapura, Austrália e Tailândia, observando-se um crescimento de 1%, enquanto o Japão apresentou um “excelente terceiro trimestre” com um acréscimo de 22,8% até aos 360 milhões de euros.

As Américas “continuaram a consolidar o momentum” entre julho e setembro, aportando um aumento de 13,4%. Neste período, as Américas apresentaram vendas de 666 milhões de euros. Já a Europa apresentou um crescimento de 18%, graças “à forte procura e dinâmica contínua de turistas em todos os países da região”.

Com a região francesa em foco, a Hermès reporta um crescimento sustentado de 14% do mercado interno, “apesar de um ligeiro decréscimo no tráfego das lojas parisienses por conta dos Jogos Olímpicos”.

As receitas da empresa na Europa apresentaram um crescimento de 17,4% no terceiro trimestre, chegando aos 946 milhões de euros. No entanto foi o mercado asiático que teve o maior peso, com um aumento de 4,6% para 1,9 mil milhões de euros.

No entanto, é o mercado do Médio Oriente que apresenta o maior crescimento, tanto em termos acumulados (104,8%) quanto em trimestrais (104,4%), embora os 145 milhões de euros fiquem longe dos valores alcançados por outros mercados.

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