"Um líder político, para mais com os valores que as sondagens atribuem ao Chega, deve ter sempre responsabilidade nas suas declarações. Porém, ao dia em que estamos eu não tenho dúvidas: isto é uma retaliação contra as autoridades policiais que, cumprindo as suas funções e decisões judiciais, levaram a cabo uma operação que acabou por, considerando António Costa suspeito, derrubar o Governo da República", declarou André Ventura numa conferência de imprensa na sede do partido.
Referindo-se à notícia segundo a qual os trabalhadores do Sistema de Informações da República foram aumentados e tiveram uma revisão da carreira quando também foi atribuído o suplemento de missão aos agentes da Polícia Judiciária, o líder do Chega considerou que a "enorme de indignação" de PSP e GNR por não receber este subsídio de missão "pode colocar em causa a estabilidade da ordem pública"
"Não são eles [polícias] que estao a pôr em causa a nossa segurança. É o senhor primeiro-ministro e o seu Governo, pela intransigência demonstrada, pelo espírito vingativo contra a polícia, que estão a pôr em causa este cenário de segurança em que Portugal vive", defendeu.
Na opinião de Ventura, não são os polícias que "estão a pôr em causa a realização de eleições ou de eventos desportivos ao longo das próximas semanas", mas sim António Costa e o ministro José Luís Carneiro "que, ao contrário do que fez com tantos outros setores profissionais, mais não está a fazer aqui do que espezinhar, humilhar, adiar, tirar dignidade".
Nas últimas semanas, elementos da PSP e da GNR têm protagonizado protestos vários para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.
A contestação começou há quatro semanas na sequência da iniciativa de um agente e que depois se alargou a todo o país.
Leia Também: De "enganar idosos" a "privatizar e despedir". Assim debateram Chega e IL