Veolia Portugal quer duplicar faturação para 240 ME até 2027

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A Veolia Portugal quer duplicar a faturação até 2027, dos atuais 130 para 240 milhões de euros, e investir 50 milhões de euros/ano em aquisições e ativos próprios, avançou o presidente executivo da gestora de água, resíduos e energia.

Em entrevista à agência Lusa, José Melo Bandeira, presidente executivo (CEO) da Veolia Portugal, salientou que o plano estratégico da empresa para o período 2024-27 prevê um "processo de crescimento ambicioso e forte": "Temos pensado -- e, aliás, este ano vamos cumprir ou até ultrapassar -- em média 50 milhões de euros por ano de investimento em aquisições em Portugal ou em ativos próprios que possamos desenvolver e construir", avançou.

O objetivo, enfatizou, é "duplicar o negócio em Portugal até 2027", dos atuais 130 para 240 milhões de euros.

De acordo com o responsável, para o grupo Veolia -- uma multinacional de origem francesa --"Portugal é visto como uma oportunidade, à sua escala, mas uma oportunidade, onde tem feito um investimento já forte no passado e que quer continuar a fazer no presente".

José Melo Bandeira recordou que a Veolia Portugal tem vindo a fazer algumas aquisições "com o objetivo de se tornar um dos maiores operadores do país na área dos resíduos", segmento que associa às áreas da água e da energia onde também opera.

O mais recente negócio é a aquisição da Micronipol, concluída na passada sexta-feira e que o CEO destaca como "um bom exemplo" das empresas na cadeia de valor de tratamento e valorização de resíduos que apresentam "padrões de elevada qualidade" em Portugal.

Com a compra da Micronipol -- presente no setor há mais de 20 anos e que produz anualmente cerca de 20 mil toneladas de plástico reciclado de alta qualidade -- a Veolia Portugal acrescenta ao seu portefólio a vertente da reciclagem de plásticos, um "material difícil de ser reintegrado na cadeia" e em cuja valorização pretende continuar a investir.

"Há que tratar o plástico com muito cuidado e, nesta perspetiva, queremos investir mais e fazer crescer esta unidade em Portugal. Por isso, vamos aumentar os postos de trabalho, porque o que nos falta são pessoas e todas aquelas que conseguimos integrar são para ser aproveitadas e valorizadas", salientou José Melo Bandeira.

A este propósito, o CEO destacou que, com a aquisição da Micronipol, a Veolia Portugal ultrapassou, pela primeira vez, os 1.000 colaboradores no país, destacando-se como "um dos maiores operadores" nas áreas onde trabalha.

No início de 2019 a Veolia Portugal tinha já fechado a aquisição da Renascimento, um operador de resíduos industriais e comerciais, sendo que tem atualmente "outros processos em curso".

Entre estes, Melo Bandeira apontou um na área dos resíduos orgânicos, que espera "ainda anunciar este ano", estando neste momento "a ser preparado o envio do processo para a Autoridade da Concorrência".

"Estamos a olhar para estas áreas com muita atenção e esperamos ainda poder vir a fazer mais algumas operações este ano, talvez também na área das águas", avançou.

Segundo salientou, o objetivo da Veolia é "ser o primeiro operador em Portugal, com uma oferta totalmente integrada e capaz de oferecer o tratamento até dos resíduos mais difíceis, com uma contribuição relevante para o plano de descarbonização nacional".

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