Luís Montenegro saudou em Bruxelas o "sentido de responsabilidade" e a "prevalência do interesse nacional" do PS, depois da decisão anunciada ao país por Pedro Nuno Santos de que os socialistas vão viabilizar o documento.
Falando no final da reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro recusou a ideia de uma convergência com os socialistas. "Eu também sou contra o bloco central", declarou.
Montenegro mostrou-se ainda confiante de que a votação na especialidade não trará alterações de fundo à proposta apresentada na semana passada. "Não há como esperar nenhuma perturbação no processo de especialidade", indicou.
Liberais: "mau orçamento"
Já o líder da Iniciativa Liberal fala de uma “enorme derrota” e de sinal de “fragilidade” de Pedro Nuno Santos.
Para Rui Rocha, que foi o primeiro a reagir à declaração ao país do líder da oposição, o secretário-geral socialista acabou “derrotado” pela “pressão interna”. O liberal reiterou a ideia de é o documento submetido pelo Governo é "um mau orçamento" e criticou o "entendimento entre o PSD e o PS".
"Do ponto de vista do PS é um orçamento que não se podia recusar. Do ponto de vista do país é um mau orçamento", afirmou Rui Rocha.
Comunistas: "convergência confirmada"
O PCP também já se pronunciou e destacou "convergência confirmada [do PS] com o PSD e o CDS no sentido do favorecimento dos grupos económicos". Paula Santos acusa Pedro Nuno Santos de ceder à "chantagem que tem sido colocada em cima da mesa [de que] ou há orçamento ou vamos para eleições".
Os comunistas prometem "oposição por parte do PCP" e a apresentação de uma "proposta de política alternativa".
[Em atualização]