Vieira da Silva e Alexandra Leitão favoritas a concorrer à Câmara de Lisboa pelo PS

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O puzzle começa a montar-se. A Câmara de Lisboa - perdida pelos socialistas em 2021- é a montanha mais alta a escalar para o PS, que para derrubar Carlos Moedas nas autárquicas de 2025 prepara uma frente de esquerda com vários partidos.

Uma "plataforma abrangente", é como lhe chama um dos socialistas ouvidos pela Renascença. "Se tivermos alguma vontade de derrubar o Moedas tem de ser assim", justifica.

O Livre é um dos parceiros preferenciais e até a líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes, sugeriu essa coligação numa entrevista recente à Renascença. Mas a ideia é aliciar o Bloco de Esquerda, o PCP e outros partidos para evitar a fragmentação e somar mais votos que o atual autarca social-democrata.

Mariana e Alexandra Leitão favoritas

Entram uns em cena e saem outros. Duarte Cordeiro, antigo ministro do Ambiente e ex-presidente da Federação da Área Urbana da Lisboa (FAUL) do PS, era um dos principais rostos apontados como candidato à Câmara de Lisboa em 2025, mas, ao que apontaram várias fontes, está fora dessa corrida por vontade própria e vai ser mandatário de Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, que vai candidatar-se à liderança da FAUL, apurou a Renascença.

Fora está também Marta Temido, que partiu para Bruxelas. A antiga ministra da Saúde foi cabeça de lista pelo PS às eleições europeias, vai assumir o mandato de eurodeputada em breve e a própria já assegurou que não vai voltar para concorrer à Câmara de Lisboa.

E quem sobra para embater contra Moedas? À Renascença vários dirigentes assumem que há uma 'shortlist' com alguns nomes, dos quais se destacam Mariana Vieira da Silva, ex-ministra da Presidência nos dois últimos governos de António Costa, que foi cabeça de lista pelo PS pelo círculo de Lisboa nas últimas eleições legislativas; e Alexandra Leitão, atual líder parlamentar socialista que foi também ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública.

Estas são as duas opções mais mencionadas e que estarão em destaque num lote de protocandidatos onde se inclui ainda Eurico Brilhante Dias, ex-líder parlamentar do PS, que escreveu um artigo no Expresso a criticar a governação de Carlos Moedas, num gesto político que foi interpretado como uma manifestação de disponibilidade para ser a face socialista nas próximas autárquicas a concorrer à maior autarquia do país.

No rol de candidatos a candidato surge ainda o nome de Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia, e Rosário Farmhouse, atual presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.

A Câmara de Lisboa é mesmo vista como um dos casos "mais gritantes" por um dirigente socialista ouvido pela Renascença, que reitera a importância de o partido apresentar um "nome de âmbito nacional" se quiser quebrar o segundo mandato de Carlos Moedas.

As eleições nas concelhias do PS são já nos próximos dias 5 e 6 de julho. O PS Lisboa vai deixar de ser liderado por Marta Temido e deve voltar para as mãos de Davide Amado, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, que já se mostrou disponível para isso.

Para as federações do PS, as eleições devem decorrer entre setembro e outubro.

Sintra é caso crítico, Cascais já tem nome fechado

O calendário ainda está folgado, mas em pouco mais de um ano há eleições autárquicas e os socialistas vão percebendo com que linhas se cosem noutras grandes autarquias na área urbana de Lisboa.

A Câmara de Cascais é vista como uma "grande oportunidade" pelas circunstâncias que se vão apresentar: Carlos Carreiras, atual autarca do PSD, não pode recandidatar-se, Miguel Pinto Luz, ex-vice presidente, saltou para o Governo, e assim os dois nomes mais sonantes saem do caminho.

"Cascais é oportunidade, Carreiras e Pinto Luz já não podem. O nome está fechado", adianta um dirigente socialista à Renascença, sem no entanto dizer quem é. Outra fonte coloca António Mendonça Mendes, ex-secretário de Estado das Finanças e do gabinete de António Costa e também Marcos Perestrello, dirigente socialista e atual vice-presidente da Assembleia da República na rota.

Mais difícil é o caso da Câmara de Sintra, onde acontece ao PS exatamente aquilo que acontece ao PS em Cascais: Basílio Horta não pode recandidatar-se e os socialistas têm de apresentar um candidato forte para manter a autarquia pintada de cor-de-rosa.

Para esta autarquia, nenhum dos socialistas ouvidos pela Renascença arrisca um nome óbvio, mas todos admitem que terá de ser um peso pesado e admitem que pode ser um dos nomes acima mencionados que fique de fora das escolhas para Lisboa e Cascais.

Mais assegurada está a estratégia para outras câmaras que já são do PS e onde os candidatos podem ser repetidos: Loures, onde Ricardo Leão vai propor-se a um segundo mandato; na Amadora, onde Vítor Ferreira vai passar de vice-presidente para presidente para ocupar o lugar que vai ser deixado vago por Carla Tavares (eurodeputada eleita) deve ser o candidato em 2025; Arruda dos Vinhos, onde acontece o mesmo; Odivelas, Vila Franca de Xira e Azambuja devem ser concorridas pelos atuais autarcas socialistas.

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