Viktor Onbán continua a espalhar confusão na União Europeia

2 meses atrás 69

O ainda representante máximo da União para a política externa, Josep Borrell, viu-se obrigado a esclarecer que o primeiro-ministro húngaro não representou UE na reunião dos Estados Turcos.

Depois das visitas a Kiev e a Moscovo, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán – que é neste momento o líder da presidência do Conselho da União – continua a confundir a agenda daquele órgão do bloco dos 27 com as suas opções políticas internas e, dessa forma, a espalhar a confusão diplomática com todas as ações que tem empreendido. E só está no cargo há sete dias, faltando mais 177 para dar lugar à Polónia para semestre seguinte.

Neste contexto, o ainda Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, o espanhol Josep Borrel, esclareceu que Viktor Orbán não tinha mandato para representar os 27 na reunião de sexta-feira e sábado de líderes da Organização dos Estados Turcos (OTS).

Num comunicado emitido a noite passada e divulgado pela agência Lusa, Borrell explicou que este papel “não implica qualquer representação da União” em questões de política externa, cuja função cabe ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros – o próprio Borrell – e ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

“A Hungria não recebeu qualquer mandato do Conselho da UE para avançar nas relações com a Organização dos Estados Turcos”, acrescentou o dirigente espanhol. Segundo Borrell, a visita de Orbán à reunião informal dos dirigentes da OTS, realizada em Shusha, no Azerbaijão, insere-se nas “relações bilaterais” entre a Hungria e esta entidade.

A Organização dos Estados Turcos, criada em 2009, inclui o Azerbaijão, o Cazaquistão, o Quirguistão, a Turquia e o Uzbequistão, participando também nos seus trabalhos o Turquemenistão e a Hungria, na qualidade de observadores.

No comunicado, Borrell aproveitou para denunciar as tentativas da OTS de “legitimar como observador” da sua organização a autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, uma “entidade secessionista” que ocupa o terço norte da ilha desde 1974 e cuja existência só é reconhecida internacionalmente pela Turquia. O problema desta parte da ilha tem originado os mais diversos conflitos entre a Turquia e a Grécia – e terá mesmo sido um dos assuntos que ao longo dos últimos anos tem desmotivado a entrada da Turquia na União Europeia.

Ler artigo completo