Web Summit anuncia participação da viúva de Navalny em Lisboa

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A viúva do dissidente russo tem sobre ela um mandato de captura que a impossibilita de regressar à Rússia. No exterior, tem tentado manter viva a memória do marido.

A organização da Web Summit anunciou, para a feira de 2024, a presença – entre outras 225 novas confirmações – da presidente do conselho consultivo da Fundação Anticorrupção, Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, recentemente falecido numa prisão do regime. A própria viúva só estará presente se ainda não estiver também ela presa, dado que recebeu uma ordem de prisão de um tribunal russo.

Já este mês, um tribunal russo anunciou que emitiu um mandado de prisão à revelia para a exilada Yulia Navalnaya, sob a acusação de “participação num grupo extremista”. “Yulia Borissovna (Navalnaya) escapou da investigação preliminar e, portanto, foi colocada na lista de procurados”, disse o serviço de imprensa do tribunal Basmanny, na capital russa. A ordem será efetivada caso Yulia Navalnaya regresse à Rússia.

A visada pediu aos apoiantes do marido falecido em fevereiro em circunstâncias obscuras e nunca devidamente explicadas que não percam a esperança e denunciem com regularidade os atropelos à democracia cometidos pelas autoridades russas.

O ex-braço direito de Alexei Navalny, Leonid Volkov, que também vive em exílio no exterior do país, comentou o comunicado do tribunal russo escrevendo numa rede social que a decisão é “um belo reconhecimento da determinação de Yulia em continuar a luta de Alexei”.

Desde a morte do marido que Navalnaya tem mantido pressão sobre o regime. Logo a seguir ao desaparecimento do marido, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, e os que o rodeiam pagarão pela sua morte. “Se isto for verdade, gostaria que Putin, toda a sua equipa, toda a sua comitiva, todo o seu governo e os seus amigos soubessem que serão punidos pelo que fizeram ao nosso país, à minha família e ao meu marido. Serão levados à justiça e esse dia chegará em breve”, declarou Yulia Navalnaya, citada pela Lusa, na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, em fevereiro passado.

Recorde-se que as autoridades russas anunciaram a morte de Navalny, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico para onde tinha sido transferido em dezembro do ano passado, depois de ter estado numa prisão na região de Vladimir, a cerca de 200 km de Moscovo.

“Perguntei a mim própria se devia estar aqui perante vós ou se devia voltar para os meus filhos e perguntei a mim própria o que teria feito Alexei no meu lugar e tenho a certeza de que ele teria estado aqui neste palco”, disse Yulia Navalnaya.

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