Vítor Madeira, analista da XTB, considera que a decisão de Lagarde em manter as taxas de juro inalteradas “alinha-se com a estratégia de tomar decisões com base em dados concretos, na transmissão de políticas monetárias e nas perspetivas de inflação, indicando um compromisso com a estabilidade financeira”.
O Banco Central Europeu (BCE) divulgou hoje a sua decisão de manter as taxas de juro inalteradas no seu nível recorde de 4,5%, adiando a possibilidade de cortes para uma outra altura do ano.
Durante o seu discurso a presidente do BCE, Christine Lagarde, mostrou uma posição de cautela, destacando que as taxas se vão manter inalteradas enquanto for necessário. Segundo Vítor Madeira, analista da XTB, “essa abordagem alinha-se com a estratégia de tomar decisões com base em dados concretos, na transmissão de políticas monetárias e nas perspetivas de inflação, indicando um compromisso com a estabilidade financeira”.
Lagarde referiu que é provável que, no último trimestre de 2023, tenha ocorrido uma estagnação, no entanto “os dados sugerem a possibilidade de uma melhoria em 2024”.
“Um fator positivo mencionado foi a procura na economia proveniente dos salários reais mais altos, o que sugere a possibilidade de crescimento. No entanto, há preocupações com o abrandamento na procura de mão-de-obra, apesar do mercado de trabalho ainda demonstrar muita força”, sublinha o analista.
Os tumultos que o mercado está a viver, nomeadamente com os conflitos no Mar Vermelho e no Médio Oriente, são outra razão que levam Lagarde a manter-se cautelosa e a manter inalteradas as taxas de juro. “Este aviso chega numa altura em que o mercado continua a esperar que os cortes nas taxas de juro só ocorram em junho de 2024”.
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