18 incêndios em curso e mais de 1600 operacionais no terreno

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André Fernandes, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, informou, esta quinta-feira, que estão em curso 18 incêndios, que mobilizam 1.642 operacionais, 509 meios terrestres e 20 meios aéreos, mas os incêndios que mais preocupam são os de Castro Daire, Arouca e Penalva do Castelo.

No ponto de situação sobre os incêndios realizado na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o comandante André Fernandes afirmou ainda que, desde a meia noite até às 12h00, foram registadas 50 ocorrências: 22 durante o período diurno e 28 noturnas.

Atualmente, estão 18 incêndios em curso com 1.642 operacionais, 509 meios terrestres e 20 meios aéreos. André Fernandes explicou que foi registada uma taxa de sucesso de 94%.

Há nove ocorrências significativas

De acordo com o comandante, neste momento, há nove ocorrências significativas, das quais três na zona centro, e as restantes na região Norte - uma na sub-região do Alto Tâmega e duas no Porto, uma no Douro e duas no Tâmega e Sousa.

André Fernandes refere também que "o complexo de incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está dominado e estes quatro incêndios estão em resolução", mas mantém-se "dispositivo robusto no terreno" por ser expectável que se verifiquem algumas reativações.

"Estão dominados, mas carecem ainda de preocupação e acompanhamento no terreno".

Incêndios já fizeram cinco mortos e 12 feridos graves

"Em termos de determinações operacionais, mantemos o reforço de meios, mantemos o dispositivo empenhado e no terreno", acrescenta o comandante, explicando que os incêndios de Viseu Dão Lafões, Penalva do Castelo, Castro Daire e Alvarenga - na AMP -, ainda lavram com "bastante intensidade".Em relação às vítimas desde o dia 16, o comandante de mais três operacionais da Proteção Civil assistidos, 13 feridos ligeiros - 10 operacionais e três civis. No total, explica, há 166 vítimas: 71 pessoas assistidas (sem necessidade de tratamento hospitalar), 78 feridos ligeiros, 12 feridos graves e cinco mortes.

"Próximas 12 horas ainda serão complexas"

A Proteção Civil indicou que as próximas 12 horas “ainda vão ser complexas” em relação aos incêndios e alertou para a chuva forte que pode provocar deslizamento de terras nas zonas ardidas.

“A situação do ponto de vista meteorológico durante o dia de hoje tende a ter uma melhoria em relação aos incêndios rurais, contudo, as próximas 12 horas ainda são complexas. Com esta alteração da meteorologia é expectável que possa haver algum vento intenso. Quem está no terreno, os operacionais e a população, têm de ter atenção às rotações dos ventos e às alterações das frentes do fogo que ainda estão ativas”, alertou André Fernandes, reiterando que a “situação meteorológica vai alterar-se ao longo dia de hoje, a partir das 20h00”, estando previstos aguaceiros que vão começar na região sul do país.

"Preveem-se aguaceiros em todo o território continental, começando na zona Sul e passando gradualmente para a zona Centro e Norte", refere, acrescentando que, para sexta-feira e sábado, se preveem "aguaceiros pontualmente fortes" e que o IPMA vai "emitir um aviso amarelo para precipitação.”

A Proteção Civil pediu que sejam adotadas algumas medidas preventivas nas zonas afetadas pelos fogos - onde a chuva poderá ser “pontualmente forte” na sexta-feira e sábado -, já que estas áreas ficaram sem coberto vegetal, estando “mais expostas e vulneráveis à precipitação”, podendo “ocorrer o arrastamento de objetos soltos para as vias rodoviárias” e deslizamento de terras.

André Fernandes alerta, desta forma, para o risco de "fenómenos de escorrência de detritos" das áreas ardidas "que podem afetar vias públicas e áreas habitacionais".

“Já foram dadas orientações para que se iniciem os trabalhos de estabilização de emergência e a verificação das situações mais críticas para implementar as medidas mitigadoras para salvaguarda das pessoas e dos seus bens”, referiu salientando que tudo está a ser feito para que se possa dar "os incêndios como dominados durante o dia de hoje ou até amanhã de manhã”.

Não há vias rodoviárias afetadas, nem condicionamento de linhas ferroviárias

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil afirmou também que não há vias rodoviárias afetadas, nem condicionamento de linhas ferroviárias.

Já sobre os planos de emergência, revelou que foram ativados três planos distritais e 13 planos municipais e que três zonas de concentração de apoio à população foram encerradas, designadamente Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda, mantendo-se cinco instituídas, das quais duas estão ativas e três disponíveis sem utilizadores.

“Ainda temos 37 pessoas acolhidas: 36 em Castro Daire e uma em Cinfães”, esclareceu.

300 bombeiros espanhóis ainda vão ficar em Portugal

O comandante nacional deu também conta de que está a ser feito neste momento um plano de desmobilização dos oito meios aéreos que estão atuar em Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (França, Espanha e Itália), além de dois Canadair de Marrocos.

André Fernandes referiu que é expectável que durante o dia de sexta-feira “o reforço dos meios aéreos europeus possa começar a ser desmobilizado”.

Os cerca de 300 bombeiros espanhóis que pertencem à Unidade Militar de Emergências (UME) ainda vão ficar por mais algum tempo, disse, frisando que a ANEPC está “a fazer esse planeamento e a validar as necessidades dos diferentes teatros de operações”.

André Fernandes precisou que “a situação meteorológica está a mudar, mas há vastas áreas ardidas e importa acautelar que não haja reativações”.

“Não houve falta de coordenação e os meios foram sendo alocados à medida das disponibilidades"

O comandante foi questionado sobre as queixas dos autarcas em relação à falta de coordenação e de meios para combater os fogos, mas garantiu que “não houve falta de coordenação e que os meios foram sendo alocados à medida das disponibilidades”.

“Tivemos uma situação muito complexa, com muitas ignições, e os meios - nesta situação que nós vivemos - têm esta salvaguarda da vida e dos bens, com o emprego dos meios à medida que vinham as solicitações. Os meios foram fazendo o seu trabalho e foram sendo libertos para as outras frentes de fogo Incêndios: Proteção Civil tem mais de 1.600 operacionais nas 18 ocorrências em curso”, reiterou, salientando que “os números traduzem o esforço do dispositivo”, sustentando que “as críticas existem sempre e ainda bem que existem”.

“O sistema funcionou num todo e disponibilizou os meios disponíveis”, realçou.

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