Ação coordenada em cinco países desmantela rede de contrabando para a Rússia

7 meses atrás 56

Agentes da polícia dos Países Baixos politie.nl

Três pessoas foram detidas nos Países Baixos, suspeitas de integrarem uma rede de contrabando de mercadoria, com destino à Rússia, em violação das sanções impostas à escala da União Europeia, devido à invasão russa da Ucrânia.

O anúncio foi feito em simultâneo pelas autoridades neerlandesas e pelas agências europeias de cooperação judiciária, criminal e policial, e diz respeito a uma ação transfronteiriça ocorrida no passado dia 9 de janeiro.

A Agência Europeia para a Cooperação Judiciária Penal, Eurojust, referiu que a exportação de "equipamentos tecnológicos e de laboratório suscetíveis de serem utilizadas para fins militares", foi objeto de uma investigação conjunta das autoridades da Alemanha, da Letónia, da Lituânia, do Canadá e dos Países Baixos, "com o apoio da Europol".

O inquérito foi aberto pela polícia neerlandesa no fim do ano passado, e permitiu revelar "uma rede de empresas utilizadas para contornar a proibição de exportar para a Rússia", referiu a Eurojust em comunicado.

Ao todo foram realizadas buscas em "14 locais", ligados à rede de contrabando.

O FIOD, organismo responsável pelo combate ao crime organizado nos Países Baixos, confirmou a detenção de dois homens, de 56 e de 57 anos, em Diemen e em Haia, respectivamente, e de uma mulher de 54 anos de Haia.

O Serviço de Informação e de Investigação Fiscal neerlandês precisou que os dois detidos eram administradores de uma empresa registada nos Países Baixos suspeita de exportar as mercadorias para a Rússia através da Europa de Leste.

De acordo com a Eurojust, "a rede de empresas centrava-se em torno da empresa comercial registada nos Países Baixos, fundada em 2017 para importar, exportar e vender equipamento eletrónico e tecnológico de laboratório, entre outros bens".

A empresa em questão era agora administrada por um diretor na Rússia, que era igualmente o seu único acionista. A mulher detida em Haia era funcionária de um fornecedor externo e estaria a par do contrabando.

"A administração física e digital da empresa foi arrestada, além da conta bancária e de ferramentas de comunicação", acrescentou a agência europeia.

"A Eurojust permitiu a cooperação judicial interfronteiriça e organizou uma reunião de coordenação para preparar as ações cojuntas, a pedido das autoridades neerladensas. Também organizou um centro de coordenação do dia da ação, que teve lugar dia 9 de janeiro", explicou ainda o comunicado.

Já a Europol "apoiou a investigação através de apoio analítico, assim como autenticação e cruzamento dos dados recolhidos".

A televisão pública neerlandesa NOS declarou que o contrabando deverá equivaler a centenas de milhares de euros.

Desde a invasão da Ucrânia a 22 de fevereiro de 2022, a União Europeia impôs à Rússia doze séries de sanções sem precedentes. Na semana passada, um responsável europeu admitiu que Bruxelas poderá impôr mais uma série de proibições no próximo mês, no aniversário da invasão.

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