Agricultores em protesto. 50 tratores em marcha lenta em Mogadouro

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Os agricultores realizavam, pelas 9h45, uma marcha lenta que juntava cerca de meia centena de tratores pela vila de Mogadouro e exibiam cartazes onde se lia "O nosso fim é a vossa fome", entre outras palavras de ordem.

Dário Mendes, produtor precário do concelho de Mogadouro, disse à Lusa que este é um protesto que tem por objetivo mostrar à sociedade civil o facto de setor agrícola estar ao abandono, e o pagamento das ajudas "chega tarde e a más horas".

"O não pagar os subsídios à hora certa e estão previstos cortes de 35% nos apoios a produção em proteção integrada. Assim é impossível trabalhar, porque as candidaturas foram feitas dentro da lei obedecendo às diretivas do Governo, e nada disto pode acontecer", indicou o agricultor.

Já Nuno Rodrigues, um agricultor de Miranda do Douro que também se juntou ao protesto, afirmou que os agricultores unidos são mais fortes para reivindicar os seus direitos e apoios às suas produções.

"Os agricultores não são de Mogadouro ou de Miranda, e quanto mais unidos [estivermos] mas poder reivindicativo teremos. O aumento dos fatores de produção são outra das grandes preocupações", sublinhou.

Hélder Rodrigues, apicultor no Planalto Mirandês, disse que teve grandes prejuízos no seu setor e o Governo nunca quis saber do setor.

"O Governo não pode alterar a lei dos apoios aos pequenos agricultores e da produção integrada ou biológica sempre que dá vontade. Tem de haver mais avaliação e estudos nesta matéria", alertou.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que deverá bloquear várias estradas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

O protesto decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para "se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural".

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