ANÁLISE TÁTICA | No sintético vive o poder helvético

7 meses atrás 62

Campeões e, atualmente, no primeiro posto da Liga Suíça - com mais sete pontos que o segundo classificado -, o Young Boys vive o melhor período da história e é um dos principais responsáveis por destronar a hegemonia do FC Basel que, durante oito anos, foi dono e senhor do campeonato helvético.

Raphael Wicky
Young Boys
Total

82 Jogos
51 Vitórias
19 Empates
12 Derrotas

188 Golos
72 Golos sofridos

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De resto, é expectável que os homens de Bern voltem a conquistar o campeonato: seria o 16º na história e o sexto nos últimos sete anos.

Registo a roçar a perfeição e que sublinha o poderio interno do conjunto comandado por Raphael Wicky. A nível europeu, o Young Boys foi empurrado da Liga dos Campeões num grupo em que Leipzig e Manchester City não deram hipóteses: no total, os helvéticos registaram quatro pontos - todos contra o Estrela Vermelha que apenas conseguiu um ponto.

Posto isto, apesar do excelente momento do Sporting - 16 golos marcados e zero sofridos nos últimos três jogos - esta equipa Suíça merece respeito e cuidados redobrados. Desde logo, por um aspeto peculiar: o sintético do Stade de Suisse, trauma antigo de Rúben Amorim.

Risco na pressão e construção

Habitualmente a jogar em 4-4-2 - ou 4-2-3-1, normalmente, em processo defensivo -, a equipa orientada por Wicky - que conta com o luso Joël Monteiro no plantel [n.d.r: veja AQUI a entrevista do avançado ao zerozero] - não tem receios em pressionar alto e aproveita ao máximo a largura oferecida pelos laterais: com a saída de Ulisses Garcia, é Noah Persson o responsável pela lateral esquerda, enquanto Lewin Blum cumpre na lateral direita.

Joël Monteiro tem sido uma das figuras em bom plano esta época @Young Boys

Algo que, importa destacar, tanto tem de benéfico como de prejudicial. Por um lado, recuperando a bola a equipa suíça tem homens agressivos, velozes e pragmáticos no ataque à baliza, sendo algo que ajuda a explicar os 68 golos marcados esta época (e os 120 na época transata). Por outro, não conseguindo pressionar de forma eficaz o primeiro momento de construção do adversário, a equipa fica forçada a defender numa marcação 1x1, o que deixa a linha de quatro defensores muito fragilizada.

Em organização ofensiva, o Young Boys revela-se uma equipa paciente e arrisca, frequentemente, com a subida do guardião, ora com David von Ballmoos - titular nos últimos jogos -, ora com Racioppi - titular no arranque da temporada. Para além disso, a equipa helvética investe muito no cruzamento, o que pode favorecer os leões dado à presença segura de homens com Coates ou Gonçalo Inácio.

Em suma, o Young Boys, com a responsabilidade de jogar em casa, deverá assumir mais riscos, não obstante, poderá ser um fator positivo a ter em conta por Rúben Amorim que, com os espaços nas costas da defensiva helvética, terá a arma habitual - Gyökeres - um grande fator a ter em conta.

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