O relógio avança, com todos os adeptos do desporto-rei a pensarem, impacientemente, em Wembley, o palco de todas as decisões. Borussia Dortmund e Real Madrid vão medir forças no mítico estádio inglês, de forma a alcançarem o cume da Montanha Europeia. Merengues e Liga dos Campeões é uma relação de amor que já flui por largos anos. Já foram 14 as vezes em que a formação madridista colocou o respetivo título no seu museu, para delírio dos seus apaixonados adeptos. No entanto, não é só a história que joga, com a turma germânica a ter certamente uma palavra a dizer. Os comandados de Terzic já mostraram que, quando a bola começa a rolar, o favoritismo é um fator subjetivo. Os borussen, ao contrário do que seria expectável, não tiveram uma campanha iluminada no que à Bundesliga diz respeito. O quinto posto alcançado deixa mesmo um sabor amargo, principalmente numa temporada onde o Bayern München, principal rival ao longo dos anos, ficou bastante longe da melhor versão. Contudo, na Champions League, o conto tem sido bastante distinto. Após terminar no topo de um grupo formado por autênticos tubarões, o conjunto alemão impos a sua superioridade diante do PSV. Posteriormente, foi o Atlético de Madrid a vítima do poderio ofensivo do Dortmund, num confronto repleto de emoção. Quando as odds estavam todas a favor dos parisisens, o respetivo emblema carimbou passagem ao principal palco do futebol entre clubes. No entanto, surpreender o Final Boss não será uma tarefa nada fácil. Los Blancos venceram, com naturalidade, o campeonato espanhol, com uns expressivos 95 pontos, juntando o troféu da LaLiga com o da Supercopa de España. Numa trajetória exigente, o RB Leipzig foi o primeiro obstáculo superado com sucesso na fase a eliminar. Seguiram-se dois colossos - Manchester City e Bayern München -, nenhum capaz de travar a verticalidade dos pupilos de Ancelotti. Se num lado poderemos contar com a capacidade de criação de Karim Adeyemi, Julian Brandt e Jadon Sancho, conhecidos pelo grande dinamismo no último terço, no outro, destacam-se Vinícius Júnior e Rodrygo, atletas que dão o melhor uso às acrescidas valências técnicas. Jude Bellingham, uma das principais estrelas da equipa espanhola, deverá atuar por detrás da dupla brasileira. O médio soma 23 golos e 12 assistências na presente época, com o registo pessoal a poder ficar mais dilatado no próximo sábado. Na antevisão ao derradeiro compromisso, Terzic mostrou-se confiante, garantindo que o seu conjunto já está habituado a entrar em campo na posição de underdog: «Sabemos que é a equipa com mais sucesso nesta competição, mas também sabemos que estamos prontos para competir com eles ao mais alto nível. Tudo é possível! Eles são os favoritos, mas isso não importa. Também não éramos favoritos nos jogos anteriores.» Já o treinador italiano, para além de revelar a integração de Courtois nas opções iniciais, valorizou a aura que envolve a formação de Madrid no que toca a esta prova: «Há algo especial neste clube, tantas vezes não pode ser uma coincidência. Talvez a história, a tradição, a qualidade... Não sei, mas não pode ser coincidência.» É previsível que os aurinegros desçam um pouco as suas linhas, permitindo que o adversário assuma as rédeas do jogo. Como tal, a linha defensiva comandada por Mats Hummels terá que apresentar-se em grande plano, dando conforto aos elementos mais adiantados. Marco Reus, na sua despedida à turma que o viu crescer, não deverá integrar o onze inicial, face à expectável exigência física do encontro. O mesmo não poderá dizer Toni Kroos, titular indiscutível ao longo da temporada. O meio-campista alemão quererá certamente encerrar a bonita história no Real Madrid com mais uma página dourada. Veremos quem sairá com um merecido sorriso... Os dados estão lançados, mas as decisões estão guardadas para daqui a umas horas. Só uma questão interessa: Real Madrid volta a ostentar a coroa ou o Borussia Dortmund traz à tona os heróis de 1996/97?Pedras no caminho? Um dia vou construir um legado
Duas despedidas, duas lendas, muita emoção
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