Apresentado por Eminem, Barack Obama fez rap no comício de Kamala Harris em Detroit

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Barack Obama é capaz de (quase) tudo pela vitória de Kamala Harris, até de fazer um solo de rap. No comício em Detroit, nesta terça-feira, depois de ter sido apresentado por Eminem, o antigo Presidente dos EUA não resistiu em citar a canção Lose yourself do artista, que, no passado, também apoiou publicamente Barack Obama e Joe Biden.

“Já fiz muitos comícios, por isso não costumo ficar nervoso. Mas estava a sentir-me de alguma forma a seguir ao Eminem”, confessou Obama assim que subiu ao pódio. “Reparei que tenho as palmas das mãos suadas, os joelhos fracos, os braços pesados, já tenho vómito na camisola, o esparguete da mãe”, declarou, citando os primeiros versos de Lose yourself.

A alusão não passou despercebida à plateia, que reagiu com gargalhadas. “Estou nervoso, mas à primeira vista pareço calmo e pronto para lançar bombas, mas esqueço-me sempre”, insistiu, mantendo-se na personagem. Depois, entre gargalhadas, acabou por desistir e reconhecer: “Adoro o Eminem.”

Barack Obama raps the first verse of "Lose Yourself" by Eminem while campaigning for Kamala Harris in Detroit. pic.twitter.com/flWfopIvLT

— The Recount (@therecount) October 23, 2024

Momentos antes, o próprio Eminem tinha estado no palco, juntando-se ao rol de celebridades que têm estado nos comícios de Harris. A menos de duas semanas das eleições, lembrou que estava lá “por razões importantes” e que tinha escrito “algumas coisas” que queria dizer. “Como a maior parte de vós sabe, a cidade de Detroit e todo o estado do Michigan significam muito para mim e, nestas eleições, as atenções estão viradas para nós mais do que nunca, e penso que é importante usar a nossa voz, por isso encorajo toda a gente a sair e a votar, por favor”, apelou.

O Michigan é um dos estados decisivos para as eleições de 5 de Novembro. As sondagens públicas e internas da campanha mostram margens muito reduzidas para Harris ou Trump no Michigan e noutros swing states. Trump ganhou Michigan por 11.000 votos em 2016. Em 2020, Biden venceu Trump no estado por 155.000 votos.

Desta vez, Eminem apela aos conterrâneos para que não tenham “medo de expressar a suas opiniões”. E defendeu: “Penso que ninguém quer uma América onde as pessoas se preocupam com as represálias que as pessoas farão se derem a conhecer a sua opinião.”

Como tal, não tem dúvidas em quem vai votar. “Penso que a vice-presidente Harris apoia um futuro para este país em que estas liberdades e muitas outras serão protegidas e defendidas.” O apoio de Eminem aos democratas não é novo, nem o uso da canção Lose yourself que, em 2020, foi banda sonora de um anúncio de campanha de Joe Biden.

Eminem gave the Biden-Harris campaign permission to use "Lose Yourself" for arguably the best ad in the 2020 campaign! https://t.co/rdSO9Ml5e4 pic.twitter.com/MiwFbDb0Ya

— Dhaaruni ??? (@dhaaruni) October 22, 2024

O rapper também já se expressou publicamente contra Donald Trump através da sua música. Em 2017, num rap de improviso nos Bet Awards (que premeiam artistas afro-americanos), apontou directamente o dedo ao então Presidente, chamando-o de “bitch” (cabra, em inglês). Em Frame, outra canção lançada no mesmo ano, dizia: “Essa é uma cafeteira muito quente/ Deveria deixá-la cair sobre Donald Trump? Provavelmente não/ Mas é tudo o que tenho até arranjar um enredo sólido.”

No ano seguinte, noutra canção contava que tinha recebido uma visita dos Serviços Secretos como consequência da sua manifestação de opinião. “Porque o Agente Laranja acabou de enviar os Serviços Secretos/ Para se encontrarem pessoalmente para ver se eu realmente penso em magoá-lo.”

Além de Eminem, a campanha de Kamala Harris conta com o apoio de celebridades como Billie Eilish, Meryl Streep, Jennifer Garner, Oprah Winfrey, Jane Fonda, Julia Roberts, George Clooney ou Taylor Swift. Já Donald Trump tem ao seu lado nomes como Dennis Quaid, Ted Nugent e Kid Rock, e o lutador Hulk Hogan ou Elon Musk.

Musk prometeu dar, em cada dia até às presidenciais, um milhão de dólares (cerca de 919.600 euros) a uma pessoa que assine a sua petição de apoio à Primeira e Segunda emendas da Constituição dos EUA, ou seja, a liberdade de expressão e o direito ao porte de armas. Uma decisão que está a ser questionada pela sua legalidade, uma vez que a lei eleitoral refere que qualquer pessoa que "pague ou se ofereça para pagar ou aceite pagamento, quer pelo registo para votar, quer pelo voto" enfrenta uma multa que pode ir até dez mil dólares ou uma pena de prisão de cinco anos, refere Paul Schiff Berman, professor de direito na Universidade George Washington, citado pela BBC.

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