Artur Jorge: «Decidir nos penáltis desgasta muito mais do que nos 90 minutos»

7 meses atrás 74

Foi de sorriso no rosto e de medalha ao peito que Artur Jorge falou pela primeira vez depois do Sp. Braga bater o Estoril (1-1, 5-4 pen.) e conquistar a Allianz Cup. Em declarações à Sport TV, o técnico da formação minhota falou do sabor da vitória e deixou naturalmente uma palavra aos seus jogadores.

A que sabe esta conquista?

"Satisfação de conquistar mais um troféu, um título, é muito gratificante, estou muito contente por contribuir para a história do Sporting de Braga."

Olhar para a bancada após o final...

"Estava à procura da minha mulher e dos meus filhos. Estavam todos aqui hoje, a torcer, a sofrer, e a festejar também."

O penálti falhado...

"Um grande alívio, as coisas estavam difíceis. Tivemos um jogo repartido, muito equilibrado. Decidir nas grandes penalidades desgasta muito mais do que nos 90 minutos porque está tudo ali. Não há margem de erro. Felizmente os nossos primeiros cinco homens marcaram todos, importante para criar algum desconforto emocional no adversário."

Os abraços aos jogadores no final

"Eu percebo que ninguém goste de sair, fui substituído numa final da Taça também. Mas isso depois supera-se. O grupo tem sido extraordinário. Não podemos avaliar o que temos feito por um período ou uma semana. Temos feito coisas muito boas esta temporada, fruto das qualidades dos homens que tenho no grupo."

O querer é determinante?

"Pode ser. As finais tem um fator comum: as ambições das duas equipas. Normalmente, as finais são todas muito divididas porque percebem que aquele é o momento. As duas equipas bateram-se muito bem. Temos de ter esta consistência para sermos regulares, às vezes os resultados não surgem, mas temos de manter esta consistência."

Fácil gerir as expectativas tendo em conta que o Sp. Braga era teoricamente favorito a vencer esta final?

"Eu não diria que foi fácil, foi um trabalho que tivemos de fazer. A partir do momento em que fica definido o nosso adversário, sabíamos que em termos mediáticos éramos os favoritos. Sabíamos que do outro lado íamos ter um adversário com a mesma medida, com a mesma ambição. Puxei pelos jogadores, nunca fugindo às responsabilidades que tínhamos, que era acrescida pela valia da equipa e pela ambição que temos de vencer troféus. A dificuldade estava lá. Tivemos 10 minutos da primeira parte desastrosos. Entrámos completamente fora. Tivemos 10 minutos de alguma turbulência. Depois do golo a coisa estabilizou-se. Era importante termos a equipa focada e determinada, mas que a responsabilidade não fosse castradora. Acabámos por ganhar."

O explorar as costas do adversário...

"Foi aquilo que o Estoril acabou por dar-nos. Tínhamos dois homens para jogar mais por dentro, a verdade é que o Estoril procurou defender mais alto e nós encontrámos os espaços que havia nas costas e explorar esse momento. Não tendo sido o nosso ponto de partida, acabou por ser o nosso ponto intermédio. A partir daí, principalmente a partir do João, encontrámos os espaços nas costas da linha defensiva adversária. Depois tivemos mais espaço por dentro com a entrada do Pizzi, até porque é um jogador mais confortável nesse papel."

Carreira 

"Eu vejo-me como um treinador que tem uma ideia definida, mas nunca fechado àquilo que é o plano estratégico para os jogos. Viram um Sp. Braga diferente contra o Sporting, por exemplo. O plano estratégico para cada um dos jogos altera e faz alterar comportamentos, mas também a possibilidade de que nós possamos encontrar aquilo que o jogo nos dá. Não quero um jogador muito habilidoso ou de toque de bola, quero um jogador inteligente porque vai perceber aquilo que o jogo pede. Quem tiver essa capacidade estamos sempre mais perto de ter essa qualidade de treinador."

(Em atualização)

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