Ativistas do Climáximo detidas após bloquearem sede da Navigator

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20 set, 2024 - 13:56 • Lusa

Navigator informou que "repudia veementemente este e todos os atos de vandalismo" contra a sede da empresa em Lisboa.

Duas ativistas do movimento Climáximo bloquearam esta sexta-feira o acesso e pintaram a entrada da Navigator, em Lisboa, tendo sido detidas pelas autoridades, anunciou o movimento, que responsabiliza a empresa pelos problemas de ordenamento que alimentam os incêndios florestais.

"A Navigator tem responsabilidade direta nas mortes trágicas desta semana", referiu a porta-voz do movimento, Alice Gato, referindo-se às mortes de bombeiros e moradores nos incêndios no centro e norte do país. As duas ativistas seguravam cartazes onde se lia "Fogo posto por Governo e empresas" e "O país arde. Temos de acordar". Além disso, apelaram à participação numa manifestação agendada para domingo contra os problemas ambientais e de ordenamento.

A manifestação "O País Arde, Temos de Acordar!" decorre dia 22 às 17h00 em várias localidades, uma ação contra "a catástrofe social, climática e política que representa um país permanentemente em risco de chamas", referem os promotores. Em Lisboa, o ponto de encontro será na Praça José Fontana.

Em comunicado na sequência da ação, a Climáximo refere que, "enquanto os verdadeiros responsáveis pelos incêndios, a devastação e a crise climática saem impunes, as pessoas que não consentem e lutam pela vida são detidas".

Para a porta-voz, "as sete mortes desta semana não podem ser consideradas mero fruto da negligência", mas "são o resultado direto de uma ofensiva coordenada entre o Estado, a indústria da celulose e a indústria fóssil para transformar o interior do país numa câmara de incineração.".

O movimento acusa as empresas de celulose, como a Navigator, de estarem "a lucrar com a expansão do eucaliptal, destruição da floresta autóctone e a esconder as suas emissões de gases de efeito de estufa".

"Estes incêndios são a crise climática a atingir Portugal em tempo real. Estas mortes têm culpados e esta destruição tem de ser parada", consideram. Em resposta à Lusa, a Navigator informou que "repudia veementemente este e todos os atos de vandalismo" contra a sede da empresa em Lisboa.

Na sequência desta ação, a The Navigator Company refere que "apresentará uma queixa-crime contra os responsáveis por este ato de vandalismo". Além das duas detenções, as autoridades identificaram outra ativista presente no protesto.

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