Aumenta violência no setor árabe de Israel com três mortes hoje

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A polícia confirmou a morte a tiro de um homem de cerca de 50 anos em Jadeidi Makr, uma aldeia árabe no norte de Israel, o terceiro homicídio dentro desta comunidade, que representa 20% da população de Israel.

O tiroteio ocorreu depois de um outro homem ter sido morto a tiro em I'billin esta madrugada, naquilo que a polícia disse ser um "aparente assassinato" ligado a disputas entre máfias locais.

Horas antes, na mesma comunidade do norte, um homem terá esfaqueado a mulher até à morte no carro do casal, entregando-se mais tarde à polícia.

Desde o início do ano, 31 árabes israelitas foram mortos em incidentes violentos entre eles, depois de terminar 2023 com 244 assassinatos, mais do dobro do ano anterior, de acordo com um registo da organização não-governamental Iniciativas de Abraham, um grupo responsável por campanhas contra a violência.

Os números elevados de 2023 contemplam ainda assim uma diminuição dos casos no último trimestre do ano, em paralelo com a guerra na Faixa de Gaza. No setor árabe de Israel décadas de negligência policial e institucional deram lugar a gangues criminosos, máfias e disputas entre clãs familiares, bem como a violência de género.

As autoridades apontam o dedo ao crime organizado crescente e à proliferação de armas nas comunidades árabes, onde 40% dos seus membros vivem abaixo do limiar da pobreza e as suas cidades e aldeias têm frequentemente infraestruturas em ruínas e serviços públicos deficientes.

No verão passado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, formou um comité interministerial para combater a violência no setor árabe, mas ainda não se viram resultados tangíveis, e muitos consideram um grande obstáculo o facto de o extremista Itamar Ben Gvir, conhecido pela sua retórica antiárabe, chefiar o Ministério da Segurança Nacional, que controla a polícia.

Ben Gvir tem um longo historial de comentários e posições incendiárias contra os árabes israelitas, e os líderes comunitários argumentam que as suas políticas apenas intensificaram a epidemia de violência no último ano.

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