Aumentos salariais do sector privado em Portugal vão ficar em 4,0% este ano

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A projeção da WTW fica abaixo dos 5,0% de aumento previstos no acordo de rendimentos firmado entre o Governo e os parceiros sociais, dado o recuo da inflação no último ano, o principal determinante das negociações salariais em Portugal.

Os aumentos salariais no sector privado português devem ficar pelos 4,0% em 2024, ou seja, abaixo dos 5,0% previstos no acordo do Governo com a concertação social e dos 4,1% registados em 2023. A projeção é da WTW, empresa especializada em consultoria e corretagem, que cita a inflação como principal motor das atualizações salariais na economia nacional.

Sendo a inflação o principal determinante nas negociações salariais, a descida do indicador durante o último ano explica a correção em baixa dos aumentos salariais em relação ao ano anterior, explica o relatório. Dos inquiridos, 72,8% colocou a variação de preços como principal fator a pesar nas negociações salariais, um valor ainda assim abaixo dos 85,9% registados no ano anterior.

Outros fatores mencionados são a necessidade de reter recursos humanos em consequência da escassez de mão-de-obra especializada, com 44,8% das respostas, a antecipação de uma recessão económica ou diminuição dos resultados financeiros reais ou planeados, com 29,6%, e a preocupação com a gestão de custos, por exemplo, aumento de custos com os fornecedores, com 26,4%.

“Os empregadores enfrentam escolhas difíceis numa altura em que tentam controlar os custos num clima económico de incertezas, mas também lutam para manter os seus níveis salariais atrativos”, afirma Sandra Bento, associate director da WTW Portugal. “Promover o diálogo sobre o tema contribui para a satisfação dos colaboradores relativamente ao seu salário e em como este é equitativo e proporcional às suas funções. Isto permite melhorar a experiência dos colaboradores na empresa e a fortalecer o seu empenho e dedicação no seu trabalho. As organizações que adotem uma estratégia de recompensas mais clara e uma compreensão do que os colaboradores realmente procuram, serão as que mais sucesso terão”, aconselha.

As firmas têm precisamente tentado satisfazer as exigências dos trabalhadores com ações não monetárias, como maior flexibilidade no local de trabalho, segundo 58% dos inquiridos, seguido de maior ênfase na diversidade, equidade e inclusão, com 57% das respostas, ou a melhoria da experiência do trabalhador, com 44%.

No plano financeiro, as ações têm passado sobretudo por uma revisão da remuneração de um grupo específico de colaboradores, em 57% dos casos, aumentar as ranges salariais de início de carreira, com 56%, e também rever a compensação de todos os colaboradores, com 51% das respostas.

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