Avó de Mortágua vive em apartamento com renda de 400 euros e senhorio é uma IPSS

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Mortágua disse ter assistido ao "sobressalto" da avó quando recebia cartas após a aprovação da lei Cristas. A idade que tinha na altura não permitia despejos e a renda atual ronda os 400 euros.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, usa da palavra durante uma conferência de imprensa sobre habitação, na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, 11 de fevereiro de 2024. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAi

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

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A avó de Mariana Mortágua arrenda um apartamento na Avenida de Roma por 400 euros à IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) fundação Octávio Maria de Oliveira e tinha 78 anos, idade acima do limite para ser despejada, na altura em que foi alterada a lei das rendas, revela a revista Sábado.

A história tornou-se pública quando a coordenadora do Bloco de Esquerda, durante o debate com Luís Montenegro, disse a seguinte frase: “Eu lembro-me de uma lei das rendas, em que as pessoas idosas recebiam uma carta, e, se não respondessem durante 30 dias, a renda aumentava para qualquer valor e podiam ser expulsas. Eu vi idosos a serem expulsos, eu conheço o pânico que era receber uma carta do senhorio. Eu vi o sobressalto da minha avó ao receber cartas do senhorio, porque não sabia o que é que lhe ia acontecer, e essa foi uma responsabilidade do PSD, que esvaziou as cidades.”

Mais tarde, no frente a frente com Rui Tavares, já defendeu que “não faz muito sentido discutir as questões particulares” e no debate com Ventura viu-se obrigada a dizer um pouco mais, assegurando que não mente e que a avó “tinha 80 anos quando ficou a saber que aos 85 a renda podia saltar”.

Agora, a revista Sábado avança que a avó de Mariana Mortágua vive há várias décadas num apartamento arrendado na Avenida de Roma, em Alvalade, que pertence à fundação Octávio Maria de Oliveira, e onde a renda ronda os 400 euros. Uma fonte identificada como alguém que “acompanhou diretamente todo o processo na altura e enviou sempre a correspondência aos inquilinos” assegura que nunca houve motivos para sobressaltos: “As cartas foram sempre as normais, com os pedidos de atualização legal de acordo com o coeficiente previsto na lei, mas coisas ínfimas… 1%, esse tipo de valores. Nunca houve cartas que pudessem assustar alguém.”

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A avó de Mariana Mortágua tinha 78 anos na altura em que a nova lei (o Novo Regime do Arrendamento Urbano – NRAU), conhecida como lei Cristas, foi aprovada, pelo que estava protegida de despejos, já que estes só eram permitidos para pessoas com menos de 65 anos.

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