Apesar de ter reiterado o apoio do seu país à Ucrânia, que enfrenta a invasão russa há quase três anos, Baerbock não deu publicamente respostas concretas às queixas de Kyiv.
A oitava viagem de Baerbock à Ucrânia desde o início do ataque russo em grande escala decorre num momento crítico.
O exército ucraniano, com falta de homens e munições, em particular devido aos atrasos na ajuda ocidental, tem vindo a recuar há meses no terreno. De acordo com Kyiv e os seus aliados, deverá agora enfrentar também soldados norte-coreanos.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantiu hoje à noite que 11 mil soldados enviados por Pyongyang chegaram à região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, onde o Kremlin tenta repelir uma ofensiva das forças de Kyiv desde agosto, que tomaram dezenas de localidades.
Um porta-voz do Pentágono estimou, por sua vez, que o número de soldados norte-coreanos atualmente na região de Kursk era de "pelo menos 10.000", acrescentando que haverá "cerca de 11.000 a 12.000" no total na Rússia.
Durante uma conferência de imprensa com o seu homólogo ucraniano Andriï Sybiga, Annalena Baerbock, por sua vez, apenas mencionou a ajuda militar recebida por Moscovo da Coreia do Norte, sem mais declarações.
Num sinal de uma aliança cada vez mais visível, o Presidente russo Vladimir Putin recebeu hoje no Kremlin a chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son Hui, que transmitiu saudações "muito sinceras" do líder Kim Jong-un.
Moscovo e Pyongyang, no entanto, não confirmaram nem desmentiram a presença destas tropas na Rússia.
Apesar da falta de informação Zelensky já tinha repreendido o Ocidente na semana passada pela sua "resposta zero" à presença de soldados norte-coreanos na Rússia.
A Ucrânia vê "todos os locais onde a Rússia reúne estes soldados norte-coreanos no seu território" e poderia atacá-los se tivesse as armas e autorização para usá-los, frisou o chefe de Estado ucraniano no sábado.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor de ajuda financeira para a defesa da Ucrânia, depois dos Estados Unidos, mas Kyiv está desagradado com a recusa repetida do chanceler alemão Olaf Scholz em apoiar a sua adesão à NATO e entregar mísseis Taurus de longo alcance, por medo de uma escalada do conflito.
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