Balão com lixo norte-coreano atinge pela primeira vez o complexo presidencial da Coreia do Sul

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O Estado-Maior da Coreia do Sul já tinha confirmado que o Norte estava a enviar novamente balões carregados de lixo, quando na manhã desta quarta-feira surgiu nos céus um engenho que caiu no centro de Seul e pela primeira vez junto do escritório do presidente Yoon Suk-yeol.

As autoridades fizeram soar o alerta de imediato: "Se encontrar algum balão caído, não toque nele e denuncie à unidade militar ou esquadra de polícia mais próxima", dizia o comunicado.

De acordo com a agência de notícias Yonhap, o gabinete presidencial estava a “monitorizar o balão em tempo real e sabia exatamente onde pousaria”.

"É difícil lidar com os objetos no ar porque não sabemos o que os balões podem conter", afirmou um responsável ligado à Presidência citado pela agência de notícias Yonhap.

Um dos diversos balões lançados por Pyongyang que sobrevoaram a cidade acabou por cair numa zona de exclusão aérea, precisamente o complexo presidencial.

"A equipa de resposta química, biológica e radiológica (de guerra) recolheu os balões de lixo com segurança", disse o serviço de segurança presidencial.

"Após investigação, os resultados confirmaram que não havia perigo ou contaminação do objeto", reportaram as autoridades. Porém, irá ser mantida toda a precaução, acrescentam os serviços: "Não haverá nenhuma mudança na nossa política de recolha depois de os balões caírem".

Os balões, alguns dos quais com temporizadores para libertarem o conteúdo no ar, continham resíduos que iam de pontas de cigarro a papéis, pilhas usadas e outros lixos.
Guerra de propaganda
Os balões fazem parte de um conflito de propaganda que dura há anos entre os dois países. Intensificou-se nos últimos meses, com mais de dois mil balões cheios de lixo a voar na direção do sul.

Embora os balões não tenham, ainda, causado ferimentos ou danos significativos, os engenhos levantam questões de segurança na Coreia do Sul devido à capacidade para transportar materiais perigosos, como agentes químicos e biológicos.

"É um problema de segurança, pois há diversas instalações de defesa perto do complexo presidencial", sublinhou Park Won-gon, professora da Universidade Feminina Ewha, citada na France24.

Para além de nunca se saber qual o conteúdo, "como os balões voam com o vento, eles podem cair em sítios aleatórios", acrescentou.

Esta leva é a décima vez este ano que a Coreia do Norte envia balões através da fronteira. Pyonyang alega serem ações de retaliação face às distribuições de folhetos e pen drives com propaganda antirregime lançados por ativistas sul-coreanos.

Precisamente em resposta às ondas do lixo de Pyongyang, a Coreia do Sul retomou no último domingo as transmissões de propaganda "em grande escala" através de altifalantes alinhados ao longo da fronteira - e direcionadas ao Norte - com mensagens contra o regime de Kim Jong-un.

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