Irão ataca Israel com vaga de mísseis. A situação ao minuto

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Ao escutarem as notícias do ataque com mísseis balísticos, reivindicado pela Guarda Revolucionária do Irão e confirmado pelas Forças Armadas israelitas, clientes de cafés no bairro Hamra, no centro de Beirute, irromperam em festejos nas esplanadas.

A Agência Nacional de Notícias libanesa relatou pelo seu lado disparos de metralhadoras e de armas pesadas no subúrbio sul de Dahieh e na zona adjacente de Tariq al Jadidah, onde habitantes expressaram "alegria pelos lançamentos de mísseis do Irão contra Israel".

Outros relatos em Beirute também deram conta de tiros de celebração em mais zonas de maioria xiita, escassos dias após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num bombardeamento israelita executado na sexta-feira contra o quartel-general do grupo libanês em Beirute.

Horas antes, ao fim do dia de hoje, foram escutadas duas explosões junto da autoestrada que liga o centro da capital ao Aeroporto Rafic Hariri, adjacente ao subúrbio de Dahieh, controlado pelo Hezbollah, num novo ataque em menos de 24 horas nesta área.

Segundo a Agência Nacional de Notícias, "uma aeronave inimiga realizou um ataque na rotunda Gondoline, perto da Embaixada do Kuwait, em Bir Hassan, tendo como alvo um edifício", logo após um bombardeamento que teve como alvo "um edifício entre a zona de Jnah e Ouzai, nas imediações do Hospital Al-Zahraa".

Cerca das 19:40 locais (menos duas horas em Lisboa), o Exército israelita anunciou que o Irão "lançou mísseis contra o Estado de Israel" e apelou à população para procurar abrigos. 

A Guarda Revolucionária do Irão reivindicou o ataque, que justificou como uma represália pelas mortes do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniye, assassinado em Teerão, de Hassan Nasrallah e de Abbas Nilforushan, ex-comandante da Guarda Revolucionária, morto na sexta-feira em Beirute.

Os subúrbios da capital libanesa têm sido visados regulamente por raides aéreos israelitas nas últimas duas semanas, com pesadas baixas nas lideranças do Hezbollah, mas na madrugada de segunda-feira um bombardeamento atingiu o bairro de Kola, alegadamente dirigido contra membros da Frente Popular de Libertação da Palestina, no primeiro ataque registado no centro da cidade deste o início da nova vaga de instabilidade no Médio Oriente, em outubro passado.

No seguimento da eliminação do líder histórico do Hezbollah, o Irão acusou Israel de "crime de guerra" e "terrorismo de estado" e prometeu retaliar, tal como Israel fez hoje em reação aos bombardeamentos assumidos pela Guarda Revolucionária.

A par dos festejos em Beirute, especula-se a possibilidade de intensificação dos ataques israelitas, numa cidade onde acumulam milhares de deslocados em fuga dos confrontos entre Hezbollah e Israel no sul do Líbano, mas também dos bombardeamentos nos subúrbios na capital.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que mais de um milhão de pessoas tiveram de abandonar as suas casas, e lançou um pedido de ajuda urgente para que o Líbano possa enfrentar "a guerra devastadora de Israel" e do que apontou como um dos períodos mais perigosos da acidentada história do país.

Os ataques dos últimos dias foram justificados por Telavive como cirúrgicos e precisos com o objetivo de eliminar líderes militares do Hezbollah, mas que custaram a vida de centenas de civis, segundo as autoridades libanesas, e foram intensificados após `pagers` e outros dispositivos de comunicações terem explodido em simultâneo em Beirute e várias regiões do país, provocando vários mortos e milhares de feridos, incluindo o embaixador do Irão, numa operação atribuída a Israel, que nunca assumiu a autoria.

Os acontecimentos de hoje seguem-se ainda ao anúncio das Forças Armadas de Israel de que iniciaram na noite de segunda-feira ataques terrestres "limitados, localizados e direcionados" contra "alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano", embora o grupo xiita tenha negado que tropas israelitas tenham entrado até ao momento no país.

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