Bloqueios e impasses em Bruxelas e no Médio Oriente

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O comentador da SIC, Germano Almeida, explica como poderá ser ultrapassado o bloqueio húngaro à ajuda da UE à Ucrânia, bem como o impasse no acordo entre Israel e Hamas.

Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se hoje em Bruxelas numa cimeira europeia extraordinária para avançar com apoio financeiro à Ucrânia, perante um eventual bloqueio húngaro.

No Conselho Extraordinário Europeu a discussão vai estar centrada no apoio à Ucrânia e na Hungria. Germano Almeida explica o impasse que Viktor Orban está a colocar e quais os argumentos utilizados pelos líderes europeus para tentarem dar a volta a estas exigências e para que este apoio possa avançar

“Há uma grande maioria, um quase consenso europeu, no sentido de que é muito importante aprovar a macro ajuda financeira à Ucrânia até 2027, 50 mil milhões de euros”.

“Orban, embora não esteja totalmente contra, coloca algumas barreiras num argumento muito autoritarismo populista a criticar algumas das opções da União Europeia e a pôr em causa que a ajuda à Ucrânia deva estar acima de outros temas que Orban quer mais focar, nomeadamente a questão da imigração”

“Na minha opinião, é que, em vez de ser logo a aprovada 4 anos, 50 mil milhões, haja uma aprovação anual só de 12,5 mil milhões de ajuda macro financeira e dos 20000 milhões para para a nível militar”.

Em terreno ucraniano

Há alguma divergência de posição entre o Presidente Zelensky e o chefe das Forças Armadas Zaluzhnyi, questão que vem pelo menos desde setembro do ano passado, quando Zaluzhnyi escreve um artigo do Economist em que põe em causa a estratégia de contra ofensiva.

“No entanto, é a própria propaganda russa que já há muito tempo acelera essa divergência, mostrando que Zelensky está com problemas políticos e que Zaluzhnyi é que manda e que no fundo é, é se não fosses Zaluzhnyi, Zelensky não se safava”.

Germano Almeida salienta que “ao fim de 700 dias, quase 2 anos de guerra, apesar de tudo, perante as dificuldades e os riscos da Ucrânia, ainda não houve uma divisão dramática nas lideranças ucranianas, entre a parte política e militar e isso parece-me que seja de relevar”.

No Médio Oriente

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, vai ao Cairo para discutir um novo cessar-fogo, mas ainda não respondeu. Benjamin Netanyahu diz que o acordo não será aprovado a qualquer custo.

Quase uma semana depois desse fim de semana em Paris dos chefes das secretas de Israel, Estados Unidos, Qatar e Egito, "ainda não há um não das duas partes a esse possível acordo".

"O que está a ser negociado é o 35 por 35: 35 dias de pausa Israelita em Gaza pela libertação 35 reféns israelitas do Hamas"

Falta saber que outros elementos da equação: Netanyahu não vai aceitar a qualquer custo essa libertação e que desconfia do que o Hamas vai exigir; o Hamas continua a exigir um cessar-fogo total e não temporário, Israel isso não aceita; outro elemento será a libertação de muitos presos palestinianos das cadeias israelitas, coisa que Netanyahu e uma boa parte da sociedade Israelita não quer aceitar.

“O que poderá ainda salvar este acordo é a presença de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, no Egito aparentemente, para saber o que é que ainda pode salvar-se desse acordo".

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