Boavista assume: lucro das vendas penhorado por empresa credora

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A SAD do Boavista assumiu através de comunicado não ter capacidade imediata para enfrentar o bloqueio imposto pelas transfer bans da UEFA. Os axadrezados não poderão, desta forma, inscrever reforços na atual janela de transferências. Bruninho (ex-Atlético Mineiro) e Alhassan (ex-Beerschot) foram oficialmente apresentados, mas continuarão a não ser chamados para os jogos.  Na missiva assinada por Fary Faye, líder da SAD, é revelado outro pormenor preocupante. A estratégia do clube foi arruinada com o surgimento de mais um credor. Ou, em bom rigor, pela razão dada pelo Tribunal Judicial do Porto à Sociedade BTL, empresa que assumiu os créditos da Somague, construtora do Estádio do Bessa.  Desta forma, os 2,5 milhões (que podem chegar a três) conseguidos nas vendas de Pedro Malheiro e Chidozie foram entregues a esta empresa. Acrescente-se mais um dado: a dívida a executar pela Sociedade BTL ronda os 6,8 milhões de euros.  A dívida original à Somague pertencia ao clube e rondava os 5,1 milhões de euros. Estes 6,8 milhões contabilizam já os juros associados.  É certo que no plantel ainda restam ativos valiosos, como Seba Pérez e Robert Bozenik, mas mesmo que a SAD aceitasse vendê-los o montante em dívida tornaria inviável o solucionamento das transfer bans - e, por outro lado, enfraqueceria definitivamente a capacidade desportiva do grupo às ordens de Cristiano Bacci, já de si limitada.  COMUNICADO DA SAD DO BOAVISTA:  «Aos nossos estimados adeptos e simpatizantes do Boavista, Dirijo-me a todos para vos informar que, apesar do enorme esforço e das intensas negociações realizadas ao longo dos últimos três meses e meio, não será possível concluir, antes do fecho deste mercado de transferências, o processo relativo aos Transfer Bans da FIFA. Desde o primeiro momento, o novo Conselho de Administração (CA) da Boavista FC, Futebol SAD tem trabalhado incansavelmente, em conjunto com todas as partes envolvidas, na tentativa de regularizar esta situação, tal como aconteceu, de resto, com o processo de licenciamento na Liga Portugal e com a resolução dos impedimentos nacionais. Importa referir que, durante este período, o CA explorou todas as vias legais e financeiras na procura de assegurar que o Boavista pudesse enfrentar a presente temporada sem esta limitação que tanto nos afeta há três mercados de transferências. Tínhamos um plano claro e bem estruturado, que incluía a transação dos direitos económicos de alguns jogadores, numa operação que serviria para alavancar financeiramente a SAD e resolver os Transfers Bans da FIFA. No entanto, este CA foi surpreendido, no dia 1 de agosto, com mais uma situação inesperada: a Sociedade BTL, detentora de um crédito sobre o Clube, do qual a SAD é solidariamente responsável, obteve autorização do Tribunal Judicial do Porto para executar a dívida em questão através dos direitos económicos dos jogadores transacionados nesta janela de transferências. Apesar de todo o esforço, não foi possível ultrapassar este obstáculo em tempo útil, sendo este um dos muitos exemplos dos problemas inesperados que o novo CA tem vindo a encontrar no seu ainda curto período de atividade. Ainda antes de ter conhecimento desta situação, o CA avançou para a contratação de dois jogadores, assente na forte convicção de que ia resolver os Transfer Bans da FIFA, e ainda optou por transacionar, dentro do plano inicialmente traçado, os direitos económicos dos atletas Pedro Malheiro (23 julho) e Chidozie Awaziem (25 julho), operações que, cumpre destacar, também permitiram solucionar os impedimentos nacionais e assegurar a renovação das inscrições dos jogadores que já faziam parte dos quadros da SAD. Apesar da impossibilidade de resolver os Transfer Bans da FIFA até ao próximo dia 2 de setembro, este novo Conselho de Administração está a trabalhar, desde o primeiro dia da sua existência, numa solução alternativa, que, contudo, nunca seria possível de concretizar antes do fecho deste mercado de transferências. O nosso compromisso é claro e inegociável: vamos continuar a dedicar-nos diariamente, com todas as nossas forças, para ultrapassar este problema até ao final do ano. Como disse anteriormente, a nossa situação é frágil; lutamos todos os dias pela sobrevivência. No entanto, quero reiterar o compromisso deste CA em continuar a trabalhar nas soluções, de forma a garantir o futuro do Boavista, mas sem nunca comprometer a nossa integridade e os valores que sempre definiram o nosso Clube. Apesar deste revés, continuo a acreditar na força da nossa instituição, na determinação dos nossos atletas e equipa técnica, e no apoio incondicional dos nossos adeptos. Peço a todos compreensão e paciência, mas também a união e a resiliência que fazem de nós, boavisteiros, adeptos únicos e especiais, sobretudo nos momentos mais difíceis da vida do nosso Clube. Estou certo de que, juntos, conseguiremos superar mais este grande desafio e que seremos capazes de continuar a honrar a história do nosso Boavista. Com determinação e esperança, Fary Faye Presidente da Boavista FC, Futebol SAD»
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