Charles Michel insta Tbilissi a investigar irregularidades nas eleições de sábado

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27 out, 2024 - 21:20 • Lusa

A União Europeia tinha alertado para o facto de as hipóteses de a Geórgia vir um dia a aderir dependerem das eleições realizadas no sábado nesta antiga república soviética de cerca de quatro milhões de habitantes.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, instou este domingo as autoridades eleitorais da Geórgia a "investigarem" as "irregularidades" nas eleições parlamentares ganhas no sábado pelo partido pró-russo no poder, um resultado contestado pela oposição pró-europeia.

"Apelamos à Comissão Eleitoral Central e a outras autoridades competentes para que cumpram o seu dever de investigar rapidamente, de forma transparente e independente, e para que se pronunciem sobre as irregularidades e alegações eleitorais”, escreveu Louis Michel na rede social X, referindo-se a uma avaliação preliminar efetuada por observadores eleitorais internacionais.

“Estas alegadas irregularidades devem ser seriamente esclarecidas e tratadas”, continuou.

Os líderes dos 27 Estados-Membros da União Europeia (UE) irão “avaliar a situação e determinar os próximos passos” nas relações com a Geórgia na sua reunião em Budapeste, no início do próximo mês, sublinhou Louis Michel.

A União Europeia tinha alertado para o facto de as hipóteses de a Geórgia vir um dia a aderir dependerem das eleições realizadas no sábado nesta antiga república soviética de cerca de quatro milhões de habitantes.

A oposição considera que a previsível vitória do partido no poder, Sonho Georgiano, irá aproximar a Geórgia de Moscovo e afastá-la da adesão à UE, um objetivo tão importante para uma grande parte da população que está consagrado na Constituição.

Hoje, os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), da NATO e da UE afirmaram que as eleições legislativas do país foram “marcadas por desigualdades [entre candidatos], pressões e tensões”.

Em Tbilissi, a Presidente da Geórgia, Salomé Zourabichvili, colocou-se hoje ao lado da oposição ao afirmar que o seu país foi vítima de uma “operação especial” russa.

Zourabichvili apelou aos georgianos para que se manifestassem às 19:00 de segunda-feira (15:00 em Lisboa) na rua principal da capital para protestar contra o resultado, que considerou ser uma “falsificação total, um roubo total”.

A Comissão Eleitoral Central declarou hoje que o Sonho Georgiano obteve 54,8% dos votos, quando estão praticamente escrutinados 100% dos boletins de voto.

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