Os ministros dos Negócios Estrangeiros palestiniano e israelita são recebidos este domingo em Bruxelas pelos homólogos europeus, no dia em que os 27 devem adotar sanções contra o movimento islamita Hamas e discutir missão no Mar Vermelho.
Reunidos em Conselho dos Negócios Estrangeiros, os chefes da diplomacia europeia recebem igualmente o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, com quem "vão fazer um ponto de situação sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, debatendo os compromissos de segurança e militares com o país", segundo o Governo português, que será representado pelo ministro João Gomes Cravinho.
O Conselho terá ainda na agenda a adoção de sanções contra o movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e a missão no Mar Vermelho, onde a insegurança da navegação comercial agravou-se devido a ataques dos rebeldes Houthis do Iémen.
No dia em que os chefes da diplomacia europeia se reúnem, o chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, é esperado hoje de manhã em Bruxelas, enquanto à tarde será a vez do seu homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki.
Não está prevista uma reunião entre ambos, de acordo com fontes europeias, sendo que o foco destes encontros será a situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e a questão dos reféns.
Também para hoje, estão previstas reuniões em Bruxelas com outros governantes da região durante o almoço, como com os ministros da tutela egípcio, Sameh Shoukry, o saudita, Faisal bin Farhane, e o jordano, Ayman Safadi, bem como com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.
Ainda para hoje se prevê a adoção de um pacote de sanções contra o grupo islamita Hamas, considerado como terrorista pela UE.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi intensificado pelo ataque do movimento islamita em território israelita a 7 outubro 2024.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Os ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza fizeram, desde então, cerca de 25 mil mortos e mais de 60 mil feridos, segundo as autoridades do enclave palestiniano.
A União Europeia, tal como os Estados Unidos, tem-se pronunciado repetidamente a favor de uma solução baseada na existência de dois Estados para estabilizar a região e restabelecer a paz.
Ainda hoje, a diplomacia comunitária espera reunir apoio dos 27 Estados-membros para dar passos para uma missão no Mar Vermelho que poderia ajudar a repelir os ataques dos rebeldes houthis iemenitas ao comércio internacional, numa altura de tensões.
Para que essa missão avance, seria necessário tratar de etapas relativas ao mandato e ao plano militar da missão, à necessidade de participação do Comité Militar da UE e ao adiamento do lançamento para fevereiro, segundo fontes comunitárias.
A ideia seria tornar de âmbito europeu a operação conjunta da Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Noruega, Países Baixos e Portugal, com comandos e fundos da UE, que existe desde 2020 no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã para proteger a navegação internacional.
Esta discussão surge no contexto de tensões no Mar Vermelho, onde os combatentes houthis iemenitas estão a atacar embarcações da Marinha Mercante em retaliação pela guerra de Israel em Gaza.