China acusada de procurar apagar identidade cultural dos tibetanos

7 meses atrás 68

Segundo analistas independentes e defensores da causa tibetana, mais de um milhão de crianças tibetanas, com idades entre três e 18 anos, foram separadas das suas famílias e colocadas em uma rede de internatos.

A diretora do Ti, bet Action Institute, Lhadon Tethong, denunciou hoje em Genebra que "isto representa mais de 80%bdas crianças tibetanas em idade escolar", na véspera do exame pelo Conselho dos Direitos do Homem da ONU do balanço chinês em matéria de direitos humanos.

Os dirigentes de Pequim defendem o sistema de internatos, argumentando que respeitam os direitos culturais e insistem que é necessário em particular nas zonas mais isoladas, onde as crianças devem por vezes percorrer longas distâncias para chegarem à escola.

Mas um grupo de peritos independentes da ONU avisou em 2023 que este sistema "parece agir como um programa obrigatório em grande escala, destinado a assimilar os tibetanos à cultura maioritariamente Han, ao contrário das normas internacionais dos direitos do Homem".

Nas escolas, as crianças são sujeitas a "um endoutrinamento muito intensivo", acusou Tethong, durante uma entrevista com a AFP, em Genebra.

Como disse, as crianças saem destas escolas quase incapazes de comunicar em tibetano e críticas das tradições do Tibete.

"Trata-se de um caso de genocídio cultural", disse.

A AFP solicitou um comentário à representação permanente da China em Genebra, sem que tivesse resposta imediata.

A China vai ter na terça-feira o seu exame periódico no Conselho dos Direitos do Homem, da ONU, em Genebra.

Este mecanismo sujeita todos os Estados membros às questões dos seus pares incidentes nos direitos humanos.

Além do Tibete, a repressão das liberdades civis e do Xinjiang, tal como a situação em Hong Kong, vão ser discutidas.

Thinlay Chukki, representante do chefe espiritual do Tibete no exílio, o Dalai Lama, afirmou, também na segunda-feira, que se tem assistido a "uma deterioração dos direitos humanos na China, em particular no Tibete".

O Tibete tem alternado ao longo dos séculos entre a independência e o controlo pela China, a qual afirma que "libertou pacificamente" o país em 1951, após o que deu infraestruturas modernas e um sistema educativo a esta região, antes subdesenvolvida.

Perspetiva esta rejeitada pelos tibetanos, que denunciam, ao contrário, a repressão e o apagamento da sua cultura.

Tethong comparou o sistema de internatos chinês aos equivalentes nos EUA e Canadá, destinados às crianças autóctones, para os assimilar à força à cultura "branca e cristã".

No Tibete, "não se trata apenas de privar as crianças da sua identidade tradicional, da sua língua, da sua cultura, da sua religião, mas também verdadeiramente de tentar imprimir-lhe uma espécie de identidade chinesa, hiper-nacionalista, com o Partido Comunista como fundamento", desenvolveu.

Leia Também: Fundo chinês alivia requisitos e espera ter candidaturas de Cabo Verde

Todas as Notícias. Ao Minuto.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online.
Descarregue a nossa App gratuita.

Apple Store Download Google Play Download

Ler artigo completo