Ciclista Vingegaard proporcionou `show` variado na terceira etapa d`O Gran Camiño

6 meses atrás 54

Depois de integrar uma fuga de ilustres, com os primeiros da geral, ainda antes de estarem decorridos 15 quilómetros, o camisola amarela voltou a repetir a dose, a solo, na última subida da jornada, chegando a Ribadavia isolado, com 29 segundos de vantagem sobre os outros candidatos, que terão agora de contentar-se com a luta pelo pódio.

“Por acaso, foi o [Richard] Carapaz que começou a fuga depois do prémio de montanha [do Alto de Estivadas]. Vi-me na fuga, colaborámos bem e todos nós estávamos bastante empenhados. Pensei ‘por que não tentar e ver o que acontece?’. Acabámos por ser apanhados, mas o ciclismo é assim”, explicou Vingegaard.

Mas nem o fracasso da inusitada fuga atrapalhou os planos do campeão em título, que tem agora uns aparentemente irrecuperáveis 01.13 minutos de vantagem sobre o colombiano Egan Bernal (INEOS), segundo, e 01.15 sobre o equatoriano Jefferson Cepeda (Caja Rural), terceiro.

Pelo segundo dia consecutivo, Vingegaard espantou os seus colegas de pelotão ao tentar escapar logo no início dos 173,1 quilómetros entre Xinzo de Limia e Castelo de Ribadavia, integrando uma fuga de luxo com o colega Wilco Kelderman, Bernal e Joshua Tarling (INEOS), Richard Carapaz e Neilson Powless (EF Education-EasyPost), David Gaudu (Groupama-FDJ) ou Cepeda.

Obviamente, a fuga formada nos 15 quilómetros iniciais estava condenada, mas isso não impediu o dinamarquês de ser o primeiro quer na primeira contagem de montanha do dia, no Alto de Estivadas, quer na meta volante de Verín, onde bonificou três segundos.

Aos 42 quilómetros, os primeiros da geral e os seus restantes companheiros foram absorvidos pelo pelotão, liderado por Movistar e Q36.5 Pro Cycling. A inesperada ‘aventura’ do camisola amarela, no entanto, fez com que a primeira hora da terceira etapa fosse percorrida a 50,125 km/h, uma média impossível para aquilo que ainda faltava.

Havia que abrandar e, para isso, nada melhor do que autorizar uma nova fuga, sem corredores que ameaçassem a liderança. Assim, duas dezenas de quilómetros mais tarde, saltaram para a frente de corrida o português Joaquim Silva (Efapel), David De La Cruz (Q36.5 Pro Cycling), Jokin Murguialday (Caja Rural), Victor Langellotti (Burgos-BH), Andrea Piccolo (EF Education-EasyPost), Pablo Castrillo (Kern Pharma) e Asier Etxeberria (Euskaltel-Euskadi).

Os sete chegaram a ter mais de seis minutos de vantagem, com o beneplácito da Visma-Lease a Bike, mas com a aproximação do Alto o Castro de Beiro, de terceira categoria, e a liderança do dinamarquês a perigar – Castrillo estava apenas a 02.02 minutos -, a diferença foi caindo drasticamente, também por obra da Movistar, claramente com ideias para a tirada de hoje, uma vez que Carlos Canal, o segundo na etapa, é natural de Xinzo de Limia.

Castrillo seguia isolado na frente quando Vingegaard arrancou lá atrás na subida ao Alto de Couso, de terceira categoria. Rapidamente, o líder da Visma-Lease a Bike alcançou os fugitivos, desenvencilhando-se do combativo espanhol da Kern Pharma apenas a 12 quilómetros da meta, já a descer.

“Quando o Vingegaard me alcançou, senti muitas coisas, mas a principal foi dor de pernas. Foi um luxo estar na roda de um bicampeão do Tour e aguentar-me tanto tempo”, resumiu Castrillo.

Mal se libertou do espanhol, o camisola amarela não mais parou, cumprindo a tirada em 04:03.14 horas e somando a quinta vitória em duas participações n’O Gran Camiño – só não ganhou o contrarrelógio neutralizado da etapa inaugural desta terceira edição.

O segundo na meta foi Canal, para jubilo das centenas de pessoas que esperavam para ver o ciclista local, com o francês Quentin Pacher a ser terceiro, também a 29 segundos. Nesse mesmo grupo, chegaram Bernal, Cepeda, Gaudu ou Carapaz, mas também Guerreiro, que desceu a sétimo na geral, agora a 01.38 minutos do atual bicampeão da Volta a França.

Pela forma exibida hoje, assim como na segunda etapa, é difícil imaginar que alguém possa destronar Vingegaard, mesmo que a quarta tirada reserve quatro contagens de montanha, duas delas de primeira categoria, instaladas no Monte Aloia, onde terminam os 162,2 quilómetros desde Ponteareas.

Ler artigo completo