CIP: Crescimento económico do quarto trimestre “antecipa travagem e incerteza” em 2024

10 meses atrás 84

“Os três derradeiros meses do ano terão conseguido resistir aos ventos contrários, embora por muito pouco”, alerta a CIP em comunicado. 

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) alerta para um 2024 com pouco crescimento económico e para muita incerteza. Segundo os dados do Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG, Portugal registou um crescimento em cadeia e evitou a recessão, após a queda no terceiro trimestre.

“Os três derradeiros meses do ano terão conseguido resistir aos ventos contrários, embora por muito pouco”, alerta a CIP em comunicado.

Assim, os dados económicos entre outubro e dezembro mostram que o PIB cresceu em termos trimestrais, ainda que o crescimento homólogo tenha revelado uma desaceleração, algo a que a CIP atribui um “significado relevante” para o futuro do país.

As previsões indicam que o contributo da procura externa líquida vai voltar a ser positivo, ao contrário do que aconteceu no verão, “o que é seguramente uma boa notícia para as empresas exportadoras e para a economia nacional”. No entanto, a CIP sustenta que “o principal impulsionador do crescimento do PIB no quarto trimestre deverá ter sido o crescimento do consumo privado”.

“A travagem económica é evidente, apesar de, provavelmente, o país ter evitado entrar em recessão. Ainda assim, o crescimento neste último trimestre do ano está a ser fraco e antecipa um 2024 de ainda mais travagem e muita incerteza. Mais do que nunca, os partidos políticos têm o dever de compreender a situação espinhosa e agir à altura das circunstâncias. A economia não pode parar. Cada hesitação e adiamento terá um preço a pagar”, destaca Armindo Monteiro, presidente da CIP.

Assim, o barómetro aponta um crescimento em 2023 de 2,2% do PIB, num crescimento em cadeia de 0,2% no quarto trimestre. Isto depois de uma queda de 0,2% entre julho e setembro.

O mesmo estudo indica uma projeção de crescimento económico para o próximo ano, entre 1% e 2%. No entanto, foram identificados dois riscos: “crescimento na zona euro inferior à mais recente previsão da Comissão Europeia, que o situava em 1,2%, e a não resolução rápida da atual crise política em Portugal, que ameaça ter um impacto negativo na atividade económica”.

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