Clima? Montenegro diz que "por mais tinta" atirada será "o mesmo"

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Luís Montenegro reagia aos jornalistas momentos depois de um jovem o ter atingido com tinta verde à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde se deslocou em campanha eleitoral.

Ainda coberto de tinta, Montenegro disse aos jornalistas que "pontaria não faltou ao jovem" que o abordou.

"Queria apenas lamentar este episódio mas dizer que tenho todo o respeito pelas pessoas que se manifestam e que defendem as suas causas, mas se a ideia era transmitir-me a preocupação que todos devemos ter com as alterações climáticas e as questões da sustentabilidade era mais fácil termos conversado, termos dialogado acerca disso", defendeu.

Momentos antes, enquanto Montenegro estava na casa de banho a tentar limpar a tinta que o atingiu, sem sucesso, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, e parceiro da coligação Aliança Democrática (AD), mostrou-se convicto de que está em causa uma "instrumentalização que é política à volta de um tema, manipulando miúdos que pensam pouco, pensam mal".

Sobre esta afirmação, Montenegro escusou-se a comentar, dizendo apenas que não quer que "o debate político ande sempre à volta de pequenos casos, pequenas teorias de conspiração".

Já depois de ter abandonado o local, o presidente do PSD reiterou, na rede social X (antigo Twitter), que está "focado em dar respostas aos problemas das pessoas e contribuir para termos um mundo e um país sustentável e equilibrado".

"O meu Governo terá um Conselho de Ministros dedicado à transição climática e energética. Por mais tinta que me atirem, continuarei a ser o mesmo", assegurou Luís Montenegro.

Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram entretanto a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".

O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.

"Nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência. (...) Nenhum partido tem legitimidade para criar governo se continuar a ignorar a maior crise que a humanidade já enfrentou", diz Vicente Magalhães, estudante e porta voz da ação, citado no comunicado.

Sobre o PSD, os estudantes acusam-no de defender "o sistema fóssil que coloca o lucro à frente da vida".

O grupo lembra que as eleições de 10 de março dão mandato até 2028, pelo que o próximo Governo será o último que pode garantir o fim aos fósseis até 2030.

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