A Coca-Cola anunciou recentemente a emissão de dívida a longo prazo para fazer face uma enorme reclamação fiscal feita pela Agência Tributária dos Estados Unidos (IRS). A empresa foi notificada de que deve pagar 6 mil milhões de dólares (aproximadamente 5,5 mil milhões de euros) devido a impostos não pagos e juros de mora.
Para obter os fundos necessários, a Coca-Cola lançou um título de dívida europeia, conhecido como Eurobonds, na Europa, ou Reverse Yankee, nos EUA. Os títulos têm vencimentos que variam entre 2037 e 2053 e a operação foi coordenada pelo BNP Paribas, com o Barclays Bank e o JPMorgan Securities a actuarem como subscritores. Com esta estratégia, a empresa pretende angariar um total de mil milhões de euros.
Além disso, a Coca-Cola emitiu mais 3 mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros) em obrigações com vencimentos entre 2034 e 2064. Esta operação contou com a participação de vários grandes bancos de investimento, incluindo o Santander US Capital Markets e o Wells Fargo Securities. A empresa planeia usar parte das receitas líquidas destas emissões para pagar o litígio fiscal em curso com o IRS.
A disputa fiscal remonta a 2015, quando o IRS notificou a Coca-Cola sobre a necessidade de pagar 3,3 mil milhões de dólares em impostos federais adicionais referentes aos anos fiscais de 2007 a 2009. O IRS também pretende reatribuir mais de 9 mil milhões de dólares em receitas às operações norte-americanas da empresa, alegando uma mudança na metodologia previamente acordada sem aviso prévio.
Num comunicado, a Coca-Cola afirma que acredita que tanto o IRS quanto o Tribunal Fiscal interpretaram mal as normas aplicáveis e que irá recorrer da decisão. A empresa tem 90 dias para apresentar um recurso no Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, mas já iniciou o pagamento da dívida e dos juros devidos.
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