Como é que funciona a nova transmissão automática KTM AMT?

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Desde a passada edição do Red Bull Erzbergrodeo que ficou claro para todos os apaixonados pelo mundo das duas rodas que a KTM iria, em breve, apresentar oficialmente a sua primeira transmissão automática. A própria marca austríaca confirmou que o protótipo AMT que foi pilotado por Johhny Aubert no Iron Road Prologue era uma antevisão do que está para chegar.

Depois, não foi preciso esperar muito para sabermos que a primeira moto a dar uso ao AMT – Automated Manual Transmission – será a nova aventureira 1390 Super Adventure que estará disponível nas variantes S e S Evo (em breve teremos todos os detalhes destas motos).

E agora temos, finalmente, acesso a todos os detalhes que fazem desta novidade KTM numa transmissão automática a ter em conta, sendo de realçar que o AMT da marca de Mattighofen apresenta detalhes de funcionamento que o destacam de sistemas automáticos que temos visto a serem apresentados por fabricantes rivais.

transmissão automáticaNo seu conceito geral, o KTM AMT permite ao condutor optar pelo acionamento manual da caixa, sem usar embraiagem, ou então optar pelo funcionamento inteiramente automático, em que a eletrónica assume o controlo das trocas de relação de caixa.

Assim que a primeira relação é engrenada, existe uma subida inicial de rotações, até atingir o ponto em que a embraiagem centrífuga engrena e permite que a moto inicie o seu movimento para a frente.

Isto faz com que iniciar a marcha num plano inclinado (subida) ou circular a baixa velocidade seja muito mais fácil de controlar. Adicionalmente, o sistema AMT torna impossível deixar o motor ‘ir abaixo’, o que só por si já será um benefício muito relevante desta transmissão automática.

Do ponto de vista do seu funcionamento, o KTM AMT difere das transmissões convencionais, nomeadamente no padrão das relações. Neste caso encontramos a seguinte sequência: P – N – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 . Sendo que o P é referente ao “Park”, que permite que a transmissão ative uma ‘tranca’ que serve para garantir que quando a moto é estacionada, não se consegue movimentar involuntariamente com o P engatado.

Tanto a posição de Park como o Neutro do KTM AMT apenas podem ser selecionados recorrendo às patilhas no punho esquerdo, independentemente de o motor estar a funcionar ou não. Para desbloquear, o sistema requer que o condutor de uma moto KTM equipada com o AMT esteja a acionar o travão dianteiro ou traseiro antes de poder engrenar a 1ª relação e seguir viagem.

As trocas de caixa em modo automático são realizadas por intermédio das informações transmitidas pela centralina e unidade de controlo da transmissão. O mecanismo permite que as trocas de caixa demorem apenas 50 milissegundos a serem concretizadas, um tempo que podemos equiparar ao que se verifica nas trocas de caixa recorrendo ao Quickshifter+ da KTM.

O modo automático do AMT inclui três tipos diferentes de funcionamento: Comfort, Street ou Sport.

Estes modos de funcionamento da transmissão estão diretamente ligados aos modos de condução da moto, otimizando a performance, o conforto de funcionamento, e os consumos. Por outro lado, o condutor poderá sempre sobrepor a sua vontade ao sistema eletrónico. Bastará usar as patilhas no punho esquerdo ou o seletor de caixa com o pé, para fazer com que o AMT assuma, momentaneamente, as parametrizações do modo Manual.

Esta possibilidade pode ser bastante útil nos momentos de, por exemplo, realizar uma ultrapassagem, mas convém ter em conta que o AMT conta com uma função denominada “kick down”, em que em caso de abertura ‘brusca’ do acelerador para subir de velocidade mais rapidamente, o sistema automaticamente engrena a relação abaixo para garantir que o motor transmite toda a sua força mais rapidamente.

Porém, o grande destaque do AMT é a sua vertente de funcionamento Manual.

Com a opção M selecionada, o condutor de uma moto KTM equipada com esta transmissão automática fica com as trocas de caixa sob o seu controlo, usando para isso o seletor de caixa acionado pelo pé esquerdo. Adicionalmente, o sistema permite que sejam usadas as patilhas no punho esquerdo para subir ou descer de relações de caixa.

Usando o seletor de caixa em modo Manual, as trocas de caixa funcionam, basicamente, como se estivéssemos a utilizar um convencional sistema de quickshift. Neste modo de funcionamento existe a possibilidade de ativar as trocas com limitador a altas rotações, que permite ao condutor trocar de relações mesmo nos regimes mais elevados.

Por último, e quando a moto está equipada com o cruise control automático (ACC) e com oi AMT, a KTM revela que os dois sistemas eletrónicos vão trabalhar em conjunto. Isto para permitir que a moto desacelere quando o veículo à frente desacelera, chegando mesmo ao ponto de parar por completo caso necessário.

Se essa paragem for inferior a 3 segundos, a moto irá arrancar automaticamente para continuar a seguir a viagem atrás do veículo que tinha parado, assumindo depois a velocidade definida no cruise control quando possível. Caso a paragem seja superior a 3 segundos será necessário que o condutor acelere ou pressione o botão para recomeçar.

Tudo isto, de acordo com a KTM, foi conseguido sem que a transmissão automática AMT apresenta dimensões, e em particular o peso, muito diferentes ou mais elevadas do que as dimensões de uma transmissão convencional.

De momento a KTM não revela quais são todos os modelos que irão poder receber a transmissão automática AMT. Sabemos que a 1390 Super Adventure será o primeiro modelo, e a marca austríaca irá adicionar mais modelos à lista ao longo de 2025.

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