Seja para comprar ou para arrendar, são poucos os polos urbanos em Portugal em que as famílias gastam abaixo da taxa de esforço recomendada, ou seja, 33%. Esse esforço aumentou consideravelmente desde o primeiro trimestre do ano passado, de acordo com a plataforma “idealista”.
Comprar ou arrendar casa em Portugal exigiu um maior esforço financeiro este ano, sendo que a percentagem do rendimento familiar necessária para fazer face a essa despesa aumentou em todas as capitais de distrito portuguesas, de acordo com a análise dos dados compilados pela plataforma “idealista”.
Assim, foram comparadas as taxas de esforço do primeiro trimestre de 2023 e 2024 para compra ou arrendamento de casa e a conclusão é que o esforço exigido aumentou nos dois parâmetros. Uma das conclusões desta plataforma é que comprar casa em Portugal já exige 68% dos rendimentos.
Para arrendar uma casa, a taxa de esforço aumentou dez pontos percentuais passando de 71% no primeiro trimestre de 2023 para 81% no mesmo período deste ano. Para a compra de casa, a taxa de esforço aumentou oito pontos percentuais, passando de 60% para 68% desde março de 2023.
Arrendar: Funchal “vence” no aumento da taxa de esforço
O Funchal foi a cidade onde mais aumentou a taxa de esforço para arrendar uma casa no último ano, entre vinte cidades portuguesas analisadas. Numa análise entre os primeiros trimestres de 2023 e 2024, essa taxa de esforço passou de 75% para 93%, um aumento de 18 pontos percentuais. Beja (+13 p.p.), Santarém (10 p.p.) e Braga (7 p.p.). Por outro lado, a taxa de esforço diminuiu na Guarda (-12 p.p.), Ponta Delgada (-7 p.p.), Porto (-3 p.p.), Faro (-2 p.p.) e Aveiro (-1 p.p.).
Com este crescimento, a cidade madeirense superou Lisboa e Porto e tornou-se o centro urbano que requer o maior esforço por parte das famílias para arrendar uma casa. Segue-se Lisboa (86%), Porto (71%), Faro (66%), Setúbal (59%), Braga (56%), Viana do Castelo (54%), Santarém (51%), Évora (51%), Aveiro (49%), Leiria (45%), Ponta Delgada (45%), Coimbra (44%), Viseu (43%), Beja 41%) e Vila Real (40%).
Em sentido inverso, as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Guarda (26%), Portalegre (32%), Bragança (34%) e Castelo Branco (38%). À exceção da Guarda e Portalegre, todas as capitais de distrito em Portugal apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado: 33%.
Comprar: Faro lidera aumento da taxa de esforço
À exceção de Ponta Delgada, todas as capitais de distrito viram aumentar a percentagem de rendimentos que a famílias devem destinar à compra de uma casa. Em Ponta Delgada, essa percentagem passou de 56% para 55% entre trimestres.
Por outro lado, foi em Faro onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 82% a 104%, originando um aumento de 22 p.p. Seguem-se os aumentos da taxa de esforço no Funchal (21 p.p.), Lisboa (20 p.p.), Leiria (12 p.p.), Viana do Castelo (11 p.p.), Porto (10 p.p.), Viseu (9 p.p.), Bragança (8 p.p.), Setúbal (8 p.p.), Braga (8 p.p.) e Coimbra (7 p.p.).
No primeiro trimestre deste ano, o Funchal foi a cidade que apresentou a maior taxa de esforço para comprar casa com uma percentagem de 108%. As restantes cidades em que as famílias têm que gastar mais dinheiro para pagar a prestação de uma casa foram Faro (104%), Lisboa (101%), Porto (80%), Aveiro (69%), Viana do Castelo (60%), Braga (60%), Ponta Delgada (55%), Leiria (53%), Évora (50%), Viseu (49%), Setúbal (48%), Coimbra (46%) e Vila Real (36%).
Ainda existem seis capitais de distrito em que se verificou uma diminuição da taxa de esforço inferior à recomendada de 33%: Bragança (30%), Santarém (30%), Beja (24%), Castelo Branco (22%), Portalegre (21%) e Guarda (18%).